Bernard Arnault, dono da LVMH, perde US$ 11,3 bilhões em um dia com pessimismo de investidores


Queda na fortuna veio após a companhia — que possui marcas de luxo como Louis Vuittton e Dior — registrar receita abaixo do esperado no primeiro trimestre. Recuo fez a LVMH perder para a rival Hermes seu posto de maior empresa de luxo da Europa em valor de mercado. Bernard Arnault, presidente da Louis Vuitton, durante apresentação dos resultados da empresa, em Paris.
Reuters/Stephanie Lecocq
Bernard Arnault, dono da LVMH, viu sua fortuna diminuir US$ 11,3 bilhões nesta terça-feira (15), após a divulgação de dados financeiros da empresa mostrarem uma receita abaixo do que a esperada no primeiro trimestre deste ano.
Com o resultado, a companhia, dona de marcas de luxo como Louis Vuittton e Dior, também perdeu nesta terça sua posição de maior empresa de luxo da Europa em valor de mercado.
O posto agora é ocupado pela rival Hermes, devido ao pessimismo dos investidores com os resultados financeiros da LVMH.
A empresa de Arnault, cujas marcas ainda incluem Tiffany & Co. e Sephora, foi pressionada por baixa demanda nos Estados Unidos e fraqueza continuada de vendas na China.
As ações da LVMH recuaram quase 8% na sessão, fazendo valor de mercado cair para cerca de 244 bilhões de euros, em comparação com os 248 bilhões da Hermes.
Embora as avaliações de mercado tendam a flutuar, as negociações desta terça-feira “refletem o desempenho divergente e o sentimento dos investidores em relação às duas empresas”, disse Jelena Sokolova, analista sênior de ações da Morningstar.
Sokolova apontou para a maior exposição da LVMH à extremidade inferior do espectro de luxo, ao passo que a base de clientes mais abastada da Hermes permitiu que ela resistisse melhor a uma desaceleração do setor.
A Hermes, que vende bolsas Birkin e Kelly de US$10.000, é conhecida por seu controle rígido da produção, mantendo um aumento de 6% a 7% ao ano.
O avanço da Hermes sobre a LVMH é “bastante reveladora do mundo pós-Covid”, com as marcas de moda da segunda desfrutando de uma participação de mercado muito maior do que no passado, após terem ganho terreno sobre as rivais durante o boom pós-pandemia, observou Flavio Cereda, que gerencia a estratégia de investimento em marcas de luxo da GAM.
Haverá “dor no curto prazo, com certeza”, disse Cereda, observando que o foco da Vuitton mais em produtos de luxo de médio valor é uma “área de preocupação”
A queda de 3% nas vendas do primeiro trimestre da LVMH – bem abaixo das expectativas dos analistas de um crescimento de 2% – apontou para outro ano difícil para as empresas de luxo após os recentes anúncios de tarifas do presidente dos Estados Unidos, o bilionário de extrema direita Donald Trump, que provocaram temores de recessão.
O desempenho sinalizou “um ambiente comercial mais difícil para o setor de luxo em geral”, disse o analista Piral Dadhania, do RBC, que reduziu sua previsão de vendas da LVMH este ano para zero, em comparação com o crescimento de 3% esperado anteriormente, citando a demanda fraca do primeiro trimestre.
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