Erika é uma das duas primeiras parlamentares trans da Câmara dos Deputados. “É uma violação dos meus direitos e dos direitos das pessoas trans”, disse em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews. Erika Hilton classifica decisão dos EUA como transfobia de Estado
A deputada federal Erika Hilton (PSOL) considerou uma “transfobia de estado e um incidente diplomático” os Estados Unidos terem concedido um visto de entrada no país considerando seu gênero como masculino.
A deputada disse que vai acionar tanto a Organização das Nações Unidas (ONU) quanto a Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que seja dada uma resposta política sobre o caso.
“Isso é estarrecedor. É uma transfobia de estado e um incidente diplomático, na minha análise, quando o governo americano acha que pode violar os meus direitos enquanto cidadã brasileira. O meu registro civil me reconhece como mulher, meus documentos me reconhecem enquanto mulher”, disse a deputada em entrevista ao Estudio i, da GloboNews.
Erika disse que teve seus direitos violados porque “a embaixada americana se sentiu autorizada a seguir uma concepção da mente do presidente dos Estados Unidos”, Donald Trump. “É uma violação dos meus direitos e dos direitos das pessoas trans.” A deputada é uma das duas primeiras parlamentares trans da Câmara dos Deputados.
“É uma violação da jurisprudência do Brasil e uma interferência direta dos Estados Unidos na nossa documentação.”
À TV Globo, a embaixada dos EUA disse que “é política dos EUA reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento” (leia a íntegra abaixo).
Entenda o caso
O governo dos Estados Unidos concedeu um visto de entrada à deputada federal brasileira Erika Hilton (PSOL) considerando seu gênero como sendo masculino. Em 2023, antes da atual gestão de Donald Trump, ela já havia conseguido um visto semelhante para os EUA, mas com a informação de acordo com sua autodeterminação de gênero como mulher.
Erika Hilton foi convidada a participar do evento Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, que aconteceu nesta semana em Cambridge. Sua participação foi autorizada pela presidência da Câmara dos Deputados como missão oficial da parlamentar nos EUA.
Neste tipo de viagem oficial, a Câmara solicita o visto de seus representantes diretamente à embaixada do país a ser visitado. Segundo a equipe da parlamentar, o trâmite, que deveria ser simples e protocolar, foi truncado desde o início, após novas diretrizes do governo americano.
A equipe teria sido orientada, por telefone, a solicitar um visto de turista. Após novos esclarecimentos, o visto foi concedido reconhecendo o status oficial da viagem.
No entanto, a emissão do documento no dia 3 de abril veio com a informação de que a deputada seria do sexo masculino. Segundo Erika, em nenhum momento ela preencheu documentação com tal informação. A mudança no visto é reflexo de ordem assinada por Trump no 1º dia de mandato. (Leia mais aqui).
Diante da situação, a deputada se recusou a utilizar o documento e não foi ao evento para o qual havia sido convidada.
Íntegra do comunicado da embaixada dos EUA
“A embaixada dos Estados Unidos informa que os registros de visto são confidenciais conforme a lei americana e, por política, não comentamos casos individuais. Ressaltamos também que, de acordo com a Ordem Executiva 14168, é política dos EUA reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento.”
A deputada federal Erika Hilton (PSOL) considerou uma “transfobia de estado e um incidente diplomático” os Estados Unidos terem concedido um visto de entrada no país considerando seu gênero como masculino.
A deputada disse que vai acionar tanto a Organização das Nações Unidas (ONU) quanto a Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que seja dada uma resposta política sobre o caso.
“Isso é estarrecedor. É uma transfobia de estado e um incidente diplomático, na minha análise, quando o governo americano acha que pode violar os meus direitos enquanto cidadã brasileira. O meu registro civil me reconhece como mulher, meus documentos me reconhecem enquanto mulher”, disse a deputada em entrevista ao Estudio i, da GloboNews.
Erika disse que teve seus direitos violados porque “a embaixada americana se sentiu autorizada a seguir uma concepção da mente do presidente dos Estados Unidos”, Donald Trump. “É uma violação dos meus direitos e dos direitos das pessoas trans.” A deputada é uma das duas primeiras parlamentares trans da Câmara dos Deputados.
“É uma violação da jurisprudência do Brasil e uma interferência direta dos Estados Unidos na nossa documentação.”
À TV Globo, a embaixada dos EUA disse que “é política dos EUA reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento” (leia a íntegra abaixo).
Entenda o caso
O governo dos Estados Unidos concedeu um visto de entrada à deputada federal brasileira Erika Hilton (PSOL) considerando seu gênero como sendo masculino. Em 2023, antes da atual gestão de Donald Trump, ela já havia conseguido um visto semelhante para os EUA, mas com a informação de acordo com sua autodeterminação de gênero como mulher.
Erika Hilton foi convidada a participar do evento Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, que aconteceu nesta semana em Cambridge. Sua participação foi autorizada pela presidência da Câmara dos Deputados como missão oficial da parlamentar nos EUA.
Neste tipo de viagem oficial, a Câmara solicita o visto de seus representantes diretamente à embaixada do país a ser visitado. Segundo a equipe da parlamentar, o trâmite, que deveria ser simples e protocolar, foi truncado desde o início, após novas diretrizes do governo americano.
A equipe teria sido orientada, por telefone, a solicitar um visto de turista. Após novos esclarecimentos, o visto foi concedido reconhecendo o status oficial da viagem.
No entanto, a emissão do documento no dia 3 de abril veio com a informação de que a deputada seria do sexo masculino. Segundo Erika, em nenhum momento ela preencheu documentação com tal informação. A mudança no visto é reflexo de ordem assinada por Trump no 1º dia de mandato. (Leia mais aqui).
Diante da situação, a deputada se recusou a utilizar o documento e não foi ao evento para o qual havia sido convidada.
Íntegra do comunicado da embaixada dos EUA
“A embaixada dos Estados Unidos informa que os registros de visto são confidenciais conforme a lei americana e, por política, não comentamos casos individuais. Ressaltamos também que, de acordo com a Ordem Executiva 14168, é política dos EUA reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento.”