
Segundo o New York Times, o planejamento incluía a ajuda dos Estados Unidos, mas o presidente preferiu priorizar um acordo de limitação do programa nuclear com Teerã. Donald Trump
Getty Images via BBC
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se opôs a planos israelenses de bombardear instalações nucleares do Irã. A informação é do jornal The New York Times.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Segundo o veículo, o republicano optou por favorecer a democracia com o Teerã e focar em um acordo que limita o programa nuclear no país. A decisão foi informada a Israel durante a visita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na última semana.
Os ataques de Israel aconteceriam em maio e tinham o objetivo de atrasar a capacidade do Irã de construir uma arma nuclear. De acordo com o planejamento de Israel, além de auxiliarem na proteção do país, os EUA também estariam envolvidos diretamente com a ofensiva.
O NYT apurou, ainda, que as forças israelenses se mostravam otimistas em conseguir o apoio americano e que Trump tomou a decisão após meses de debate interno.
No primeiro mandato, o republicano havia encerrado um acordo nuclear com o Teerã, mas retomou as negociações em sua segunda chegada à Casa Branca, a fim de evitar se envolver em uma nova guerra no oriente Médio.
Acordo nuclear com Irã
Na última semana, Trump afirmou que os Estados Unidos iniciaram conversações diretas com o Irã sobre seu programa nuclear, mas Teerã classificou as negociações como “indiretas”.
O anúncio surpreendente aconteceu durante uma reunião nesta segunda-feira (7) entre Trump e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no Salão Oval da Casa Branca.
O presidente americano afirmou que tinha esperanças de chegar a um acordo com Teerã, mas advertiu que o país enfrentará um “grande perigo” em caso de fracasso das negociações.
“Temos uma reunião muito importante no sábado e trataremos com eles diretamente. Talvez se chegue a um acordo, isso seria fantástico. Nos reuniremos no sábado em um encontro muito importante”, afirmou Trump.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, confirmou as negociações e disse que um acordo é possível se Washington mostrar boa vontade. O principal objetivo do governo iraniano, segundo ele, é que as sanções contra o país sejam suspensas.
“Se a outra parte tiver a vontade necessária e suficiente, será possível chegar a um acordo. Afinal, a bola está com os Estados Unidos”, disse Araqhchi à agência oficial IRNA.
A agência local de notícias Tasnim anunciou, nesta terça-feira (8), que o próprio Araqchi comparecerá ao encontro, assim como o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff.
Lideradas por Washington, as potências ocidentais acusam há décadas Teerã de querer desenvolver armas atômicas. O Irã nega as acusações e afirma que suas atividades nucleares têm fins exclusivamente civis.
Em 2015, Teerã concluiu um acordo com os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido), além da Alemanha, para supervisionar suas atividades nucleares. O texto previa uma flexibilização das sanções, em troca da supervisão das atividades nucleares iranianas.
Em 2018, durante seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos do pacto e retomou as sanções. Em represália, o Irã acelerou seu programa nuclear.
Trump assegurou, nesta segunda-feira, que um novo acordo seria “diferente e, talvez, muito mais sólido”.
O Irã pretende consultar seus parceiros mais próximos sobre a questão, Rússia e China.
Trump sobre Irã: ‘Todos concordamos que um acordo seria melhor do que fazer o mais óbvio”
*Esta matéria está em atualização