Com 109 anos, moradora de Vinhedo que quase morreu após covid e AVC não abre mão do bom humor


Dona Jorgina é uma das 8 pessoas centenárias que vivem na cidade, segundo o Censo 2022. Com 109 anos, moradora de Vinhedo que quase morreu após covid e AVC mantém bom humor
Aos 109 anos, Dona Jorgina desconversa quando questionada sobre o segredo da longevidade. “Ai, eu não posso contar, porque eu também não sei”, ela ri enquanto fala.
Jorgina Teixeira de Aguiar nasceu em Teófilo Otoni (MG), morou em Campo Mourão (PR) e se instalou em Vinhedo (SP) na década de 70. Ela é uma das 8 pessoas com mais de 100 anos que vivem na cidade, segundo o Censo 2022.
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A idosa conta que sempre trabalhou na roça, com enxada na mão. O marido morreu de forma precoce, e por isso ela teve que cuidar da família praticamente sozinha.
Ao todo, teve dez filhos, dos quais cinco estão vivos. Todos moram em Vinhedo e se revezam e auxiliam nos cuidados com a mãe.
No decorrer do tempo, a família foi crescendo: hoje, dona Jorgina tem 22 netos e 21 bisnetos.
“Ela foi mãe e pai da gente. Quando meu pai faleceu, a gente ficou, tudo pequenininho. Ela criou tudo no braço. Sem a ajuda de ninguém. Então, a gente tem orgulho muito grande dela, porque ela foi uma mulher muito guerreira”, conta Cleusa Vieira dos Santos, uma das filhas.
A mulher centenária já superou a covid-19 e um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Na última internação, Cleusa relata que a família acreditou que “ela não voltava”.
“Ela ficou internada por três vezes. A última vez a gente achou que ela não voltava. Que ela foi pra Santa Casa. Chegou na frente da Santa Casa, ela veio a “óbito”. Os órgãos dela pararam todos. O batimento cardíaco veio a 25. Então, ela hoje tá aí”, relembra a filha.
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Atualmente, dona Jorgina tem dificuldades para se locomover sozinha, o que não impede que mantenha o bom humor e uma rotina regrada.
“Ela tem horário ‘pra’ dormir, ‘pra’ comer. Chegou a hora da comida dela, do almoço, tem que ter aquele horário. Ela tem horário de dormir, ela tem horário de acordar. Quatro horas, ela tá acordada. Desde quando ela era nova, ela tinha o horário dela tudo certinho. Hoje, ela não come essas comidas que a gente come. Ela não toma refrigerante, não toma suco, nada. Muito difícil ela tomar um ‘golinho’ de refrigerante”, narra a filha.
A idosa também faz questão de cozinhar a própria comida, e conta que faria mais trabalhos em casa se pudesse.
“Eu fico olhando nela assim, eu fico imaginando a tranquilidade dela. Eu não sei, eu falo ‘pra’ minhas irmãs que ela chegou nessa idade por causa da tranquilidade dela, que ela tem demais. Ela não dá trabalho de jeito nenhum. É uma pessoa [que está] sempre sorrindo”, conta Cleusa.
Mesmo com a idade avançada, dona Jorgina não abre mão do seu cachimbo. E a mente? Continua afiada. Quando perguntei se ela achava que eu chegaria à idade dela, a resposta foi sincera:
“Ah, sei não, viu? ‘Pra’ cabeça quente que tem […] Tem que ter paciência pra tudo”, afirma.
Dona Jorgina celebrando seu aniversário de 103 anos.
Arquivo Pessoal
Aos 109 anos, dona Jorgina tem 22 netos e 21 bisnetos. Na foto, parte da família celebra o aniversário de 103 anos da mulher centenária.
Arquivo Pessoal
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