
Licença não remunerada solicitada por Fábio Marcondes (PL) é de 16 a 26 de abril para viagem. Advogado de Marcondes diz que decisão foi tomada por motivos pessoais. Vice-prefeito tirou outras duas licenças após se acusado de injúria racial contra um segurança do Palmeiras. Investigado por racismo contra segurança do Palmeiras, vice-prefeito de Rio Preto ‘reassume’ cargo e se defende nas redes sociais.
Reprodução
Em 100 dias de governo, o vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), Fábio Marcondes (PL), se afastou três vezes do cargo. Com isso, acumula 30 dias de afastamento das funções. O último pedido começou na quarta-feira (16), sem remuneração, para uma viagem ao exterior.
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As duas primeiras licenças médicas foram tiradas após ele se envolver em caso de injúria racial contra um funcionário do Palmeiras, em fevereiro deste ano, durante uma partida do campeonato paulista em Mirassol.
Com base na lei orgânica municipal, os pedidos de afastamento de Marcondes não são ilegais. Procurado pelo g1, o advogado do vice-prefeito esclareceu que a decisão tomada recentemente é por motivos pessoais e familiares.
O comunicado do afastamento temporário foi encaminhado por meio de um ofício à Câmara de Rio Preto, na terça-feira (15), por meio do prefeito Coronel Fábio Cândido (PL). No documento consta que o vice-prefeito sairá de licença entre os dias 16 e 26 de abril devido a uma viagem ao exterior. Não foi informado em qual país ele estará.
As duas licenças médicas anteriores foram concedidas por problemas de saúde, após Marcondes ser acusado de xingar um segurança do Palmeiras de “macaco velho” e “lixo” depois de um jogo entre Palmeiras e Mirassol pela última rodada da primeira fase do Campeonato Paulista, no dia 23 de fevereiro, no estádio José Maria de Campos Maia, em Mirassol. Assista ao vídeo abaixo.
Segurança do Palmeiras é vítima de injúria racial em Mirassol
À época, em depoimento à polícia, um dos policiais militares que estava no local alegou que, devido ao barulho no estádio e à agitação do momento, não ouviu as ofensas raciais supostamente proferidas pelo vice-prefeito de Rio Preto, que é torcedor do Mirassol.
Ele afirmou que a prioridade da equipe era “conter o tumulto e evitar que a discussão se transformasse em uma briga generalizada”.
Defesa
Vice de Rio Preto reassume cargo e se defende em vídeo
Logo após o ocorrido, em um vídeo publicado em suas redes sociais, Marcondes se defendeu das acusações publicamente, alegando que o vídeo que circula na internet foi editado e tem os fatos distorcidos.
Segundo o vice-prefeito, o momento foi mal interpretado e o vídeo divulgado “não reflete a totalidade do ocorrido”. “São acusações baseadas em um trecho de um vídeo editado, um vídeo que não condiz com a verdade”, afirmou.
Ele também mencionou que a discussão havia começado com uma agressão física e verbal contra seu filho, o que teria motivado sua reação. Marcondes relatou que se sentiu injustiçado e lamentou o fato de estar sendo “massacrado” sem que a verdade fosse exposta.
“Eu, como pai, presenciei essa situação triste. Eu nunca imaginaria que passaria por isso um dia”, disse.
Investigação policial
O caso foi registrado na Polícia Civil como preconceito de raça ou cor, e um inquérito foi instaurado para apurar o incidente.
Procurado pela reportagem, o delegado responsável pelas investigações, Antonio Nascimento, esclareceu que todas as partes já foram ouvidas.
Nascimento disse que o vídeo no qual ocorre a ofensa está sendo periciado para comprovação do crime.
Vice-prefeito de Rio Preto, Fábio Marcondes (PL), é investigado por injúria racial após xingar segurança do Palmeiras
Reprodução/TV Globo
O xingamento aconteceu após o segurança pedir para o filho do vice-prefeito se retirar da área onde os ônibus da equipe estavam estacionados. Em um vídeo gravado pela TV TEM, Marcondes aparece xingando o segurança e, em seguida, é possível ouvir um grito de “macaco velho”, o que gerou a acusação de injúria racial.
O que dizem as partes
O Palmeiras e o Mirassol repudiaram a atitude. A Prefeitura de Rio Preto também se manifestou contra qualquer ato de discriminação.
O crime de injúria racial é previsto na lei e acontece quando alguém ofende outra pessoa “em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional”. A pena é de dois a cinco anos de prisão.
Segurança do Palmeiras registrou um boletim de ocorrência contra o vice-prefeito de Rio Preto (SP) na delegacia de Mirassol (SP)
Reprodução/TV Globo
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