Pesquisador Vanderlei Salvador Bagnato já participou de reuniões de acadêmicos com o pontícife. Papa morreu nesta madrugada de segunda-feira (21). Pesquisador de São Carlos é integrante da Academia de Ciências do Vaticano
Ciência e espiritualidade guiam a vida do físico Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisador do Instituto de Física da Universidade (USP) de São Carlos. Bagnato é o único brasileiro a integrar a Academia de Ciências do Vaticano e já teve contato direto com o Papa Francisco em reuniões com acadêmicos.
O pesquisador lamentou a morte de Francisco, nesta segunda-feira (21), e comentou sobre a importância do pontífice para a mensagem da ciência e momentos de encontros com ele.
“Papa Francisco esteve presente em várias ocasiões da academia, até nos últimos anos em que estava muito debilitado, mas em geral em quase toda reunião ele recebia os acadêmicos de forma quase constante, e fazia discursos dentro do tópico discutido. Estamos muito tristes, e sua falta sem dúvida será sentida por todos da academia do Vaticano. Mas temos que entender que é um ciclo natural e outros deverão vir, e esperamos que sigam a linha deixada pelo papa Francisco para dar continuidade da mensagem da ciência para a humanidade”, contou.
O pesquisador Bagnato em encontro com o Papa Francisco
Arquivo pessoal
Espiritualidade e ciência
Católico, Bagnato acredita que ciência pode caminhar junto com a espiritualidade. Para ele, o papa foi um líder que reforçou que a ação é mais importante do que a pregação.
“Nunca me esqueço de ocasiões em que ele disse claramente “de nada adianta abraçar a fé se você não tem os deveres de um homem”, e como a ação do pregador é muito mais importante que a pregação, ele era uma pessoa praticante. É um papa que marcou muito pelas suas atitudes, muito pragmático, querendo conduzir as pessoas a espírito de comunidade verdadeiro e todos lamentam isso. Um líder é isso, e é certamente o que ele representou para a gente, e o seu estímulo que a gente vivesse em comunidade”, finalizou.
O físico foi nomeado por Bento XVI para a Academia de Ciências do Vaticano em 2012. Já com o papa Francisco, Bagnato continuou atuando na academia e teve contato direto com o pontífice.
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Morte do Papa Francisco
O papa Francisco acena em imagem de 2 de setembro de 2023 em Ulan Bator, capital da Mongólia
Alberto Pizzoli/AFP
Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano, que ainda não deu detalhes sobre a causa da morte.
O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos e se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ter ficado internado por 38 dias.
Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto.
À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. Relembre a carreira do papa mais abaixo.
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