
Manifestações referentes à conduta do ex-docente Marcelo Magalhães Bulhões foram expostas em cartazes dentro do campus, em Bauru (SP), no dia 1º de julho de 2022. Professor foi demitido em janeiro de 2024. Cartazes com denúncia de assédio sexual feitos por alunas contra professor foram expostos no campus da Unesp de Bauru
Arquivo pessoal
A Justiça arquivou o inquérito que investigava denúncias de importunação e assédio sexual do ex-professor Marcelo Magalhães Bulhões, do campus da Unesp de Bauru (SP). A decisão foi proferida pelo juiz Cláudio Augusto Saad Abujamra no dia 10 de abril após um parecer favorável do Ministério Público pelo arquivamento do processo.
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Segundo o documento do MP, nenhuma das condutas relatadas pelas vítimas justificavam a ação penal e não configuravam os delitos de assédio ou importunação.
O professor, que ministrava aulas na Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC), foi denunciado em 1º de julho de 2022, quando cartazes que mostravam supostas conversas em rede social de conotação sexual com alunas foram colados pelo campus (veja imagem acima).
Ele foi afastado por 180 dias no dia 6 de julho de 2022 e, em janeiro de 2024, foi demitido da instituição em decisão publicada pelo Diário Oficial do Estado de São Paulo. A denúncia de 2022 não foi a primeira pois, em 2017, segundo a Unesp, foi instaurada uma apuração preliminar na instituição para investigar as denúncias de assédio contra o docente.
Estudantes da Unesp de Bauru protestam contra professor após acusações de assédio sexual
Arquivo pessoal
Como procedimento, foi instaurada uma sindicância administrativa, finalizada em 2018. Ainda de acordo com a Unesp, uma comissão sindicante, à época, indicou o arquivamento dos autos com recomendações, tais como instauração de mecanismos para fomentar medidas educativas e elucidativas sobre assédio.
Marcelo Magalhães Bulhões negou as acusações na época e, em nota ao g1 a respeito do arquivamento, afirmou que lutará para reconstruir sua reputação e alegou que irá entrar na justiça e processará os alunos que o difamaram. O g1 procurou a diretoria da FAAC para se manifestar sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Manifestações
Em 2022, os estudantes da Unesp se reuniram no campus da instituição para fazer manifestações contra assédio sexual. Uma aluna, que preferiu não se identificar na ocasião, participou do ato e contou que os estudantes ocuparam vários espaços do campus. A estudante lembra que eles gritavam frases como “assédio aqui não”.
Estudantes da Unesp protestam contra professor após acusações de assédio sexual
“O corredor todo cheio, estimo cerca de 100 a 200 pessoas. Tem muita gente ciente disso. O que a gente mais ouviu das falas são meninas que lembram que, no primeiro dia de aula, foram avisadas para tomar cuidado com o professor Marcelo Bulhões”, ressaltou a aluna em entrevista ao g1 na época.
No dia 22 de março de 2018, formandas do curso de comunicação social exibiram cartazes para denunciar supostos abusos cometidos na instituição durante a cerimônia de formatura em Bauru (SP). Em nota à imprensa na ocasião, a Unesp afirmou que existia uma denúncia sobre um professor do curso de comunicação social da FAAC que estava “em processo de apuração”.
Os cartazes traziam dizeres como “Unesp sem assédio”, “FAAC sem assédio”, “Alunas livres de assédio” e “Quero aula, não assédio”.
Formandas levaram cartazes para denunciar assédio de professores na Unesp de Bauru
Reprodução/Facebook
*Sob a supervisão de Mariana Bonora.
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