Casal é preso ao tentar desembarcar no Aeroporto de BH com dezenas de canetas emagrecedoras


Canetas Retatrutida estavam escondidos entre garrafas de bebidas alcoólicas. Segundo a PF, ocultar a substância configura crime de contrabando, já que a mercadoria está sujeita à vigilância sanitária, com uso regulamentado e controle de entrada no país. Casal é preso ao tentar desembarcar no Brasil com dezenas de canetas emagrecedoras
Divulgação/Polícia Federal
A Polícia Federal prendeu em flagrante um casal de brasileiros que tentou entrar no país com 48 canetas emagrecedoras do medicamento Retatrutida, na madrugada desta quinta-feira (24), pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. Os medicamentos estavam escondidos entre bebidas alcoólicas (veja fotos na reportagem).
Segundo a PF, ocultar a substância configura crime de contrabando, já que a mercadoria está sujeita à vigilância sanitária, com uso regulamentado e controle de entrada no Brasil.
Ainda de acordo com a instituição, os dois passageiros moram na Inglaterra e desembarcaram de um voo vindo da Europa. As canetas estavam em meio a garrafas de whisky nas bagagens, como forma de burlar a fiscalização da Receita Federal.
“A tentativa de ocultar o medicamento entre bebidas alcoólicas representa grave risco à saúde pública. Isso porque o transporte inadequado compromete a conservação dos fármacos, que exigem condições específicas de temperatura e armazenamento. O uso de medicamentos fora dessas condições pode causar efeitos adversos severos à saúde”, informou a PF.
O casal foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante e determinada a fiança.
Já os medicamentos foram apreendidos e encaminhados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para análise e providências cabíveis.
Apesar de promissor, o Retatrutida ainda não está aprovado para comercialização e está em fase final de pesquisas, previstas para terminar em 2026.
Canetas emagrecedoras estavam escondidas entre garrafas de bebidas
Divulgação/Polícia Federal
Prática frequente
As canetas contêm substâncias originalmente desenvolvidas para o tratamento de diabetes tipo 2, mas que vêm sendo utilizadas para emagrecimento rápido. No último 16 de abril, a Anvisa decidiu que será obrigatória a retenção de receita médica para a venda de Ozempic, Wegovy, Saxenda e similares.
Neste mês, uma reportagem do Fantástico mostrou que o contrabando deste tipo de medicamento tem se tornado frequente nos aeroportos do país. Criminosos utilizam métodos inusitados para esconder os produtos, como “disfarçá-los” de canetinhas infantis e até guardá-los dentro da cueca (veja vídeo mais abaixo).
Em março, a fiscalização da alfândega do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte apreendeu 59 canetas de Mounjaro, medicamento semelhante ao Retatrutida. Os produtos estavam na bagagem de uma passageira que saiu de Lisboa, em Portugal, com destino a Goiânia (GO), e fazia escala em Confins.
Quando usadas sem prescrição e acompanhamento médico, essas medicações podem provocar efeitos colaterais como náuseas, vômitos, pancreatite, problemas na vesícula biliar, hipoglicemia, perda de massa muscular e impactos psicológicos. Casos mais graves envolvem alterações renais e reações alérgicas severas (ouça o podcast do Bem-Estar sobre o assunto).
O combate ao contrabando de canetas de emagrecimento
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