
Coronel Miramilton Goiano de Souza é investigado por liderar grupo de policiais suspeitos de vender armas e munições ilegalmente. Ao todo, foram apreendidos 9 armas, mais de mil munições e prensas para recarregar armamento. Comandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronal Miramilton Goiano
Reprodução/Instagram/Arquivo
O ex-comandante-geral da Polícia Militar (PM), Miramilton Goiano de Souza, pediu na Justiça para reaver 9 armas, munições e prensas de recarga que foram apreendidas pela Polícia Federal (PF). Miramilton é investigado por suspeita de liderar grupo de policiais que vendiam armas e munições. Atualmente ele ocupa a função de secretário na Casa Militar.
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O coronel Miramilton foi alvo de operação da PF em outubro de 2024 junto com o deputado estadual Rarison Barbosa (PMB). Eles são suspeitos de vender ilegalmente armas e munições. Miramilton foi apontado como líder do grupo e Rarison como comprador. Ambos negaram envolvimento.
O pedido foi apresentado pela defesa do coronel na última quarta-feira (24), e a Rede Amazônica teve acesso ao documento nesta terça-feira (29). Segundo os advogados, os itens apreendidos já não têm relevância para a “instrução penal”. O material foi recolhido durante a operação realizada em outubro de 2024. Veja abaixo a lista dos objetos.
Armas
Uma pistola calibre 9mm;
Uma pistola calibre .45;
Uma pistola calibre 9x19mm;
Dois revolveres calibre .38;
Um revolver calibre .44;
Um revolver .22;
Duas espingardas calibre 12.
Munições
700 unidades – calibre 9mm;
66 unidades – calibre .357;
100 unidades – calibre .40;
76 unidades – calibre .38;
100 unidades – calibre .44;
15 caixas de espoletas fulminantes.
Equipamentos de recarga de munição
2 prensas de recarga de munição
O g1 procurou o coronel Miramilton, questionou se há interesse em se manifestar e para o que o armamento era usado, mas não foi respondido até a última atualização da reportagem.
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À época das apreensões, a Rede Amazônica apurou que Miramilton é suspeito de atuar, principalmente, com o apoio dos dois filhos Renê Pugsley de Souza e Reniê Pugsley de Souza, que são policiais penais — os três são suspeitos das vendas ilegais.
A investigação chegou ao nome de Miramilton após a prisão de um homem em Pacaraima em 2023, flagrado com uma arma. À época, um tenente, em nome do coronel, foi até a delegacia da PF saber se seria possível recuperar a arma que seria de Renê, o que levantou suspeitas dos investigadores.
Coronel Miramilton Goiano
O coronel Miramilton Goiano ocupava o mais alto posto da PM de Roraima desde fevereiro de 2023 quando foi nomeado pelo governador Antonio Denarium (PP). Ele foi demitido do cargo nesta segunda-feira (28).
Com isso, o coronel Overlan Alves assume o comando-geral da Polícia Militar de Roraima. O coronel Ilmar Soares, antes titular da Casa Militar, assume a função de adjunto.
Ele também é investigado pela Polícia Civil por suspeita de interferir no assassinato do casal de agricultores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57, no crime conhecido localmente como “Caso Surrão”.
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Além disso, durante a gestão de Miramilton ao menos 100 policiais militares passaram a ser investigados pelo MP por crimes como fazer parte de milícia, trabalhar para garimpeiros, roubar garimpeiros, tortura, sequestro, tráfico e homicídios.
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