
A programação será neste sábado (3), a partir de 16h, na sede do Cedenpa, bairro da Cremação, em Belém. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas online. Encontro debate racismo e mobilidade na Amazônia urbana em programação gratuita neste sábado, em Belém
Divulgação/ PARÁCICLO
O que racismo e mobilidade têm a ver? O debate é tema do 5º Mini Fórum promovido pelo Paráciclo, coletivo de cicloativistas da Amazônia urbana em parceria com o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA), referência nacional na defesa dos direitos de pessoas pretas na região Norte. A programação será neste sábado (3), a partir de 16h, na sede do Cedenpa, bairro da Cremação, em Belém. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas online.
“Falar de mobilidade antirracista é repensar a cidade e perguntar: quem tem o direito de ocupar e circular pelos espaços? Quem pode se movimentar com segurança? A gente vai trocar ideias, fortalecer vozes e traçar rotas possíveis para uma cidade mais acessível e antirracista”, diz Daniele Queiroz, presidenta do Paráciclo.
Pedro Cruz, ativista do Cedenpa e professor de educação popular, destaca que a promoção da igualdade racial passa pela garantia de mobilidade para as comunidades negras, e isso não é apenas uma questão de deslocamento, mas sim de acesso pleno à educação, ao trabalho e ao lazer.
“É preciso ter condições seguras para ir e vir, e conseguir chegar à escola, ao trabalho, às programações culturais, em qualquer horário do dia. Da mesma forma, o Paráciclo, enquanto movimento que luta pelo direito à mobilidade urbana sustentável e acessível, defende a construção de cidades mais justas e inclusivas, onde o direito de ir e vir seja garantido para todes”, defende Pedro.
Criado na década de 1980 por ativistas históricas como a professora Zélia Amador de Deus e a engenheira agrônoma Raimunda Nilma de Melo Bentes. Zélia Amador foi a primeira mulher negra a ocupar a posição de reitora no Brasil. Além do CEDENPA, ela é responsável pela fundação do Grupo de Estudos Afro-Amazônicos (GEAM-UFPA) e em outubro de 2021 recebeu o Prêmio de Direitos Humanos da BrazilFoundation, em Nova York. Nilma Bentes é escritora, ativista e uma das idealizadoras da Marcha de Mulheres Negras, que aconteceu em Brasília, no ano de 2015.
O encontro marca o encerramento do 1º Circuito de Mobilidade de Belém, que percorre bairros da periferia da Grande Belém para dialogar sobre os desafios da mobilidade e acesso à cidadania. Desde outubro de 2024, o encontro já foi realizado nos bairros Águas Lindas, Mangueirão, Terra Firme, e na comunidade da Vila da Barca. O objetivo é reverberar as reivindicações da população junto ao poder público, e levar até a prefeitura de Belém um documento que reúna os principais pontos dos debates.
“O objetivo do Circuito de Mobilidade, com essa troca de experiência, com essa escuta, com essa coleta de demandas, é apresentar ela ao poder público. Lembrando que, em 2024, o Coletivo Paráciclo fez a campanha Mobilidade Sustentável nas eleições. A gente leu planos de governo, propostas de candidatos a vereadores, e oferecemos uma carta compromisso com algumas propostas para a melhoria da mobilidade em Belém. E agora, com uma nova Câmara de Vereadores, um novo prefeito, a gente vai tentar reaproximar, relembrar que eles assinaram uma carta compromisso e levar essa demanda que a gente coletou a partir das escutas no circuito de mobilidade”, diz Daniele Queiroz, presidenta do Paráciclo.
Programação terá intervenção artística com Dayane Tupinambá, a Minie, grafiteira, MC e arte educadora indígena.
Divulgação
Programação
A programação começa com uma visita guiada pelo bairro da Cremação. O bairro surge no começo do século 20, a partir da usina que cremava lixos e resíduos produzidos na capital. Com forte cultura popular, o bairro é marcado por manifestações como a Malhação de Judas, tradição desde a década de 1970; e a escola de samba Xodó da Nega, a principal da Cremação e uma das mais tradicionais de Belém.
“Vamos observar a história do bairro, e também aspectos d euma mudança mais recente, como a abertura de canais para saneamento e de praças, que são resultados de conquistas sociais, além de abordar debates como gentrificação”, diz Pedro Cruz.
haverá intervenção artística com Dayane Tupinambá, a Minie, grafiteira, MC e arte educadora indígena. Sua arte expressa a riqueza da cultura originária com influências urbanas, utilizando cores intensas e personagens antropomórficos.
Minie é fundadora do coletivo Amazonidxs XXTCrew, integrante dos coletivos Cap91, Resistência Periférica Crew e Roda Cultural dxs Curumins. Ela empodera jovens através da arte. Participou de eventos nacionais como o Beira Festival em Petrolina-PE e Vi Minha Cidade Viva em MT, 1º Encontro Feminino de Graffiti do MA, Mermãs na Rua. Além de participar do 10º Encontro Cores Femininas em Recife-PE .
A programação reúne ainda a artista visual Potira, que já participou de exposições que vão desde o interior do Pará até Lisboa, em Portugal, abordando temáticas como, raça, classe, gênero, territorialidade, imigração e meio ambiente, junto do sonho e da encantaria. Outro convidado é Brendal Farias Pedroso, artista negro, ilustrador, animador arte-educador, graduando em Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará (UFPA), bolsista do programa PET Conexão dos Saberes.
“Minhas produções são profundamente influenciada pelo o cotidiano das comunidades periféricas. Meu trabalho se destaca pela habilidade de capturar a essência e a diversidade dessas comunidades por meio de desenhos de observação, ilustração e animações. Utilizo essas formas de expressão para registrar não apenas imagens, mas também as experiências das pessoas que compõem essas comunidades”, diz Brendal.
Serviço:
5º Mini Fórum do Circuito de Mobilidade será realizado dia 3 de maio, de 16h às 21h, na sede d Cedenpa, localizada na Passagem Paulo VI, 244, bairro da Cremação, Belém. https://linktr.ee/ColetivoParaCiclo?lt_utm_source=lt_share_link#470507983