
Responsável por 65% das exportações do estado, produção agropecuária catarinense foi de quase 64 bilhões de reais no último ano Santa Catarina reafirma seu papel de liderança no cenário do agronegócio nacional. Em 2024, o setor agropecuário do estado alcançou R$ 63,7 bilhões em valor de produção, mesmo diante de adversidades climáticas e flutuações de mercado. Essa marca demonstra a força do setor na economia catarinense, além de resiliência e capacidade de adaptação.
Segundo dados da Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina (estudo desenvolvido pela Epagri/Cepa), o agro representou 65% de todas as exportações catarinenses, somando US$ 7,57 bilhões. A China continua sendo o principal destino da produção, principalmente de carne suína e de frango.
Exportação de aves e de suínos batem recorde
A suinocultura e a avicultura bateram recorde de exportação no ano passado (2024), a primeira foi responsável por US$ 1,7 bilhão em exportações, enquanto a produção de aves exportou US$ 2,3 bilhões. Juntas, essas atividades pecuárias responderam por 55,7% do VPA (Valor da Produção Agropecuária) estadual.
Outro destaque foi a produção de leite: ao todo, foram 3,3 bilhões de litros em 2024, o que representa um crescimento de 2,9% em relação ao ano anterior e de 41% na comparação com a última década. Já a bovinocultura de corte registrou aumento de 8,7% nos abates.
O aumento no desempenho do agro em Santa Catarina não se restringe à pecuária. A produção vegetal representou 24% do VPA, com a soja liderando a arrecadação, movimentando R$ 5,46 bilhões.
O estado também se destacou na produção de arroz (com 11% da produção nacional), bem como milho, feijão, trigo e mel, com crescimento de 51% nas exportações, posicionando Santa Catarina como o terceiro maior exportador do país. O setor florestal também cresceu – ao todo foram 10,3% em relação ao ano anterior, gerando US$ 1,74 bilhão em exportações.
Inovações tecnológicas, eficiência e sustentabilidade
O crescimento do agronegócio catarinense não é obra do acaso. Investimentos contínuos em inovação tecnológica vêm impulsionando a eficiência, a produtividade e a sustentabilidade no campo. Segundo a Epagri/Cepa, os produtores rurais do estado têm adotado sistemas integrados de gestão, como sensores, softwares e máquinas de alta performance para modernizar suas propriedades.
Recentemente, o estado firmou parceria com uma empresa que desenvolve tecnologias que conectam o campo, os equipamentos e as pessoas, desde o planejamento até a colheita. O foco é reduzir desperdícios, melhorar a gestão de recursos e ampliar os lucros dos produtores. Essa transformação digital já está refletindo nos resultados econômicos do estado.
O investimento público tem sido fundamental para este setor. Em 2024, o crédito rural em Santa Catarina movimentou mais de R$ 7 bilhões. E, pela primeira vez, as cooperativas de crédito ultrapassaram os bancos públicos em volume financiado, fortalecendo ainda mais o apoio ao produtor rural. Programas como o Pronaf e o Pronamp foram muito importantes para a agricultura familiar e os médios produtores, ampliando a base produtiva do estado.
Outro marco tecnológico foi o anúncio da primeira usina de etanol à base de cereais do estado, localizada em Campos Novos, com um investimento de R$ 200 milhões. A planta terá capacidade para produzir 36 milhões de litros de etanol de milho por ano e deverá gerar cerca de 900 empregos, diretos ou indiretos.
O agro gera renda
Agricultura familiar é um dos pilares da economia catarinense.
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A força do agronegócio em Santa Catarina não se traduz apenas em números expressivos, mas em impactos reais para a economia e a sociedade. Com presença marcante da agricultura familiar — base da estrutura produtiva catarinense —, o setor é gerador de empregos, renda e inclusão social.
Os números da Síntese Anual da Agricultura 2024 também mostram que o crédito rural e os investimentos em tecnologia têm efeito direto na melhoria da qualidade de vida das comunidades rurais. O fortalecimento da agroindústria e a diversificação da produção permitem que pequenos e médios produtores conquistem novos mercados.
Os princípios de sustentabilidade e boas práticas, como os critérios ESG (ambiental, social e governança), estão sendo cada vez mais incorporados nas operações. Isso garante competitividade internacional e abre portas para mercados exigentes, como os da União Europeia.
A cada ano, o setor amplia sua capacidade de aliar inovação e práticas responsáveis. Com planejamento estratégico e investimento direcionado, o setor consolida sua importância para a base da economia do estado, ao lado da indústria, do comércio e dos serviços.
Desta forma, o agronegócio catarinense resiste às adversidades e evolui, fazendo com que as expectativas para os próximos anos sejam de mais crescimento, mais empregos e maior protagonismo no cenário nacional e internacional. O futuro do agronegócio catarinense já começou e é bastante promissor.
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