
Esteticista está afastada do trabalho. Caso aconteceu em março, no município de Canoas. Novas imagens mostram queda de caixas de leite condensado sobre mulher no RS
Era para ser um domingo como qualquer outro. Uma ida rápida ao mercado, o bebê no carrinho, o marido ao lado, mas bastaram alguns segundos para mudar todo o cenário.
Pela primeira vez, a mulher que foi atingida por 1,6 tonelada de caixas de leite condensado no Via Atacadista, em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre, fala sobre o acidente que a tirou da rotina, da profissão, e da autonomia.
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Ela não quer ter o nome divulgado, mas aceitou relatar o antes e o depois de um pesadelo que revê todos os dias desde o dia 9 de março. Leia abaixo.
Antes do acidente, a mulher era esteticista e tinha a agenda lotada até abril. Hoje, está afastada, sem renda e dependente de ajuda para cuidar do filho.
O bebê, de apenas seis meses, saiu ileso. O marido teve fratura no braço. Ela foi a mais atingida: precisou de três cirurgias: uma na pelve, outra na mão e outra na região do sacro, na base da coluna. Desde então, está reaprendendo a andar e suportar as dores.
A defesa afirma que a empresa tem prestado “suporte pontual em alguns aspectos do tratamento”, como transferência hospitalar, reembolso parcial de remédios, cuidadora, e algumas sessões de fisioterapia e psicoterapia.
Em 13 de março, a vítima foi transferida do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), onde foi levada inicialmente, para o Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre, custeado pelo Via Atacadista.
Confira entrevista exclusiva com a mulher atingida:
Cliente é atingida por carregamento de leite condensado em atacado no RS
Divulgação/ Polícia Civil
Como tinha sido o teu dia até ir ao Via Atacadista?
“Em paz, vivendo minha rotina, cuidando do meu filho e vivendo minha feliz vida com minha família, sem preocupações anormais”
Qual é a a primeira lembrança depois do acidente?
“Meu filho! Minha primeira preocupação quando aconteceu, se ele estava bem, se tinha acontecido algo com ele e depois não lembro de mais nada, só de estar no hospital e nas condições que eu estava, no ambiente que eu estava.”
Do dia do acidente até hoje, como está a tua vida?
“Limitada. Não tenho mais minha vida de antes, hoje vivo com dor, com sequelas ainda sendo tratadas mas sem certeza nenhuma de que voltarei ao normal, sem poder fazer as coisas para meu filho, minha casa, minha rotina de antes. Tudo hoje tenho limitações, nada consigo fazer como antes. Vivendo um dia de cada vez.”
O que você espera a partir de agora?
“Que eu volte a ter a minha vida de antes, devido a situação que tomou uma proporção tão grande nos noticiários. Que eu fique sem sequelas pois ainda estou em tratamento, sem dores pois ainda sinto dor e que eu consiga viver sem as recordações e o medo que aquele fatídico dia me causou, eu ainda tenho pesadelos.”
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