Justiça avalia se suplente acusado de matar vereador para ficar com cargo dele no Paraná vai a júri popular


Então suplente, Nenê da Ambulância, e filho dele, Douglas Carvalho, são réus pela morte de João Garré, assassinado em novembro de 2024. Investigação da PC-PR concluiu que motivação para o crime foi política. João Garré foi morto a tiros em Santana do Itararé, cidade vizinha de Salto do Itararé, onde se elegeu
TSE/Reprodução
A Justiça do Paraná avalia se o suplente de vereador Odair José Carvalho da Silva, conhecido como Nenê da Ambulância, irá a júri popular pela morte do então vereador eleito João Garré.
Garré foi assassinado em novembro de 2024 na cidade de Santana do Itararé, norte pioneiro do Paraná, pouco tempo após ser eleito para o cargo que assumiria em Salto do Itararé, cidade vizinha. Nenê, que era suplente de Garré, foi apontado pela Policia Civil (PC-PR) como mandante do crime porque queria ficar com o cargo.
O filho dele, Douglas Carvalho da Silva, também responde pelo crime. Ambos são réus por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e posse de arma com numeração suprimida) Eles respondem ao processo presos, e o caso tramita sob sigilo. Relembre abaixo.
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Em 12 de maio, Douglas Carvalho da Silva apresentou, pela primeira vez, a versão sobre a morte de Garré em audiência de instrução realizada pela Justiça. Ele afirmou que planejou homicídio sozinho e não contou com a participação do pai.
A versão de Douglas foi confirmado ao g1 pelos advogados José Valdeci de Paula, que representa os réus, e pelo advogado Geovane dos Santos Furtado, que defende a família da vítima.
O advogado de Douglas disse que ele planejou o crime porque foi ameaçado por João em um posto de combustíveis, e que agiu sem consultar o pai. Ele também negou a motivação política do crime.
A defesa da família de Garré, entretanto, discorda da versão apresentada.
“[…] As provas produzidas ao longo da instrução, especialmente os depoimentos colhidos, indicam elementos relevantes que apontam para a participação ativa de Odair [suplente] nos fatos”, diz a nota do advogado Geovane dos Santos Furtado, que representa a família da vítima.
A audiência durou aproximadamente sete horas. Foram ouvidas 13 pessoas, entre testemunhas e informantes.
Atualmente, são aguardadas as alegações finais do Ministério Público (MP-PR). Somente depois dessa fase que o juízo deve decidir se haverá, ou não, júri popular. A Justiça não respondeu se há previsão de quando uma decisão deve ser tomada.
Até a publicação desta reportagem, Douglas e Odair permanecem presos em Piraquara, na Grande Curitiba.
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Odair José Carvalho da Silva (União Brasil), 49 anos, conhecido como “Nenê da ambulância”
Divulgacand
Relembre o caso
Suplente de vereador eleito morto na casa dos pais no é preso suspeito de ser mandante
João Garré foi morto no dia 9 de novembro. O vereador eleito foi atingido por quatro tiros na região do tórax por um homem que entrou na casa dos pais dele. O outro suspeito permaneceu na entrada da casa.
A esposa da vítima disse à polícia que encontrou Garré morto minutos após o crime. Os pais dele relataram que estavam na casa, mas não escutaram os tiros porque possuem deficiência auditiva.
Os dois homens suspeitos de executarem o crime fugiram para Curitiba. Horas depois, eles foram mortos em confronto com a Polícia Militar (PM-PR).
Nenê da Ambulância foi preso no dia 18 de novembro em um hotel em São José dos Pinhais, a mais de 350 quilômetros de onde o crime aconteceu. O filho dele, de 31 anos, estava no mesmo quarto de hotel e também foi preso.
Relembre: Vereador eleito assassinado recebeu 4 votos a mais do que suplente suspeito
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