Procissão de Pentecostes marca encerramento da Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes


Concentração dos devotos é neste domingo às 15h30, na Praça Coronel Benedito de Almeida. Expectativa é que 10 mil pessoas participem da celebração. Este é primeiro ano que Alice Silva de 11 anos carrega a bandeira com dons. Procissão de Pentecostes da Festa do Divino em 2024
Basilio Magno/TV Diário
A Procissão de Pentecostes da Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes acontece neste domingo (8), Dia de Pentecostes. A concentração dos devotos começa às 15h30, na Praça Coronel Benedito de Almeida no Centro e a saída está prevista para às 16h30.
Este é um momento que simboliza fé e agradecimento para os devotos. E uma oportunidade de encontro das novas gerações de ‘divineiros’.
De acordo com a organização, a expectativa é que 10 mil pessoas participem da celebração. Ela marca o encerramento da festa e o fim dos dez dias de preparação para a chegada de Pentecostes.
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Com o tema “Divino Espírito Santo e São Francisco, nosso irmão! Ensinai-nos a contemplar o esplendor da criação”, a festa desse ano começou no dia 29 de maio e termina neste domingo. João Pedro Mota é o festeiro e o casal de capitão-de-mastro é Patrícia e Lizandro Corrêa.
Sylvania Grimberg é a coordenadora da procissão e conta com uma equipe de 50 pessoas que a auxiliam na organização. Ela espera que cerca de mil pessoas participem do corpo da procissão.
“A procissão é o encerramento maior, porque é o dia em que o Espírito Santo desceu aos apóstolos. Ela é diferenciada, porque no trajeto a gente faz a reza da Coroa do Divino, fazendo sete paradas, cada parada representando um dom. Nesse dom, a gente solta o símbolo do Divino, a pomba branca”, explicou.
Caminho dos sete dons
A procissão tem início na Praça Coronel Benedito de Almeida e passa pelas ruas José Bonifácio (primeiro dom), Doutor Correia (segundo dom), Ricardo Vilela (terceiro, quarto e quinto dom), Doutor Deodato Wertheimer (sétimo dom) e Doutor Paulo Frontin.
Sylvania explicou que a coroação maior da procissão é o andor do Divino Espírito Santo. A ornamentação é geralmente confeccionada pela mesma equipe que decora o Império.
O encerramento da celebração acontece na Catedral de Sant’Ana com a missa de Pentecostes presidida pelo bispo Dom Pedro Luiz Stringhini.
Em seguida é feita a queima dos pedidos. Eles são depositados nas urnas das rezadeiras durante a visita delas as casas dos devotos. Os pedidos são queimados em um latão na presença do bispo, dos padres, das rezadeiras, dos festeiros e dos devotos na praça em frente à Catedral.
“A fumaça gerada com a queima simboliza que os pedidos cheguem até Deus. A fé nos faz acreditar que Deus atende os nossos pedidos”, contou a coordenadora.
Neste momento, o Império fecha e o mastro é retirado para simbolizar o encerramento da Festa do Divino Espírito Santo.
Para a coordenadora, que foi festeira há 31 anos, participar deste momento é muito emocionante.
“Eu encaro como um momento de extremo agradecimento a Deus, ao Espírito Santo, por tudo o que a gente recebe na vida. Eu agradeço a oportunidade de ser voluntária dessa festa grande. […] a procissão é o que me emociona muito, a cada ano é diferente”.
Veja a ordem de participantes da Procissão de Pentecostes
Cruz;
Grupos folclóricos;
Anjos da promessa;
Bandeiras oficiais;
Devotos representando a fé, a esperança e a caridade;
Mulheres levando a bíblia;
Carro de som;
Rezadeiras;
Estandartes dos dons;
Meninas com as pombas;
Irmandade (Sant”Ana e São Francisco);
Coroinhas;
Ministros;
Seminaristas;
Carro de som;
Sacerdotes;
Bispo;
Imperador e Imperatriz;
Festeiro e Capitães-de-mastro;
Familiares;
Ex-festeiros;
Carro de som;
Arcanjos;
Tocheiros;
Andor;
Carro de som;
Devotos;
Andor do Espírito Santo na Procissão de Pentecostes
Yasmin Castro/g1
‘O Divino pra gente representa uma força tão grande’
A procissão deste ano vai ser especial para a pequena Alice Silva de 11 anos. É o primeiro ano que ela não vai apenas assistir à celebração, mas sim participar do rito religioso.
“Vou carregar a bandeira com os dons. A gente sempre foi nas procissões, no ano passado, de ouvir as meninas que participaram [da procissão], me deu vontade de participar também”.
A expectativa é grande, a roupa que vai usar no cortejo já está pronta. “Nossa, eu já tô muito feliz, tô grata por isso!”.
Para a mãe da menina, a enfermeira Simone Silva é emocionante ver a fé que a filha tem no Divino. “É gratificante ver nossa filha, por vontade própria, participar da procissão”
Devota do Divino, Alice costuma ir à novena, quermesse, Entrada dos Palmitos e alvoradas. Essa devoção passa de geração em geração na família da menina e começou pela avó paterna, Tereza Silva, que passou para o filho e pai de Alice, André Luiz Silva e para o tio da pequena, Guilherme Silva.
Neste ano Alice vai carregar a bandeira com os sete dons do Divino na procissão
Simone Silva
Quando Guilherme tinha 1 ano, ele foi diagnosticado com sopro no coração. Tereza contou que, na época, não tinha muita informação sobre a doença e se sentiu insegura com a situação.
“Pedi pro Divino que ajudasse a gente a cuidar dele, tivesse força pra cuidar dele e que desse tudo certo. E que eu ia levar ele de anjinho na Procissão de Pentecostes”.
Por três anos o tio de Alice, que hoje tem 44 anos, fez o tratamento. Tereza e o marido levavam o filho a cada dois meses em um hospital em São Paulo para fazer os exames. Até que, em um dia, o médico informou que o menino não tinha mais a doença.
“Eu falei: Graças a Deus! O Divino me ouviu! Ele já tinha me ouvido, porque ele me deu a força pra cuidar dele [Guilherme] com fé e coragem, e assim foi”.
Tereza cumpriu a promessa e levou o menino aos 4 anos, vestido com uma roupa toda branca, confeccionada por ela mesma, que é costureira, para ser um dos ‘anjinhos’ do cortejo. A roupa usada foi deixada no Santuário de Nossa Senhora Aparecida.
“Na hora da procissão choveu, um temporal, que não teve procissão naquele ano, foi tudo dentro da igreja. Eu lembro, porque a gente nunca esqueceu”.
Tereza relata que sempre pede e agradece ao Divino Espírito Santo e tem certeza de que ele sempre a acompanha. Alice tem a mesma fé da avó, especialmente, depois que Tereza se curou da Covid-19.
“Minha avó teve Covid e ficou internada por quatro meses. Ela não acordava. No domingo de Pentecoste, tinha missa do Frei Gilson, ele estava com a bandeira do Divino e disse para que ela [bandeira] passasse por todos os hospitais levando amor e perdão. Em uma terça-feira, minha vó acordou”, relembrou Alice.
Para ser extubada, Tereza precisava acordar e isso aconteceu dois dias após a celebração de Pentecostes. Já em casa, ela teve que fazer fisioterapia por meses para conseguir se recuperar totalmente.
“O Divino pra gente representa uma força tão grande, uma união de família, um cumprimento pra vida toda. Porque vem dos pais, dos avós, minha família, eu e meu marido, com uma fé muito grande. E a gente está conseguindo passar isso pra Alice”, destacou Tereza.
Alice com os pais, os avós e o tio em uma das procissões do Divino
Arquivo pessoal/Simone Silva
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