
Segundo Mônica, o filho estava em frente a uma padaria, a fim de comprar um lanche, quando foi atingido. O secretário de Polícia Militar do Rio, Marcelo de Menezes, disse, em entrevista ao Bom Dia Rio na manhã desta segunda-feira (9), que falou pela primeira vez sobre a morte de Herus Guimarães Mendes, de 24 ano, no Morro Santo Amaro, no Catete, na madrugada de sábado (7).
“No domingo, eu me reuni com o governador Claudio Castro, em que nós avaliamos os desdobramentos e as circunstâncias dessa operação. E avaliamos que os responsáveis pela operação não observaram os protocolos e procedimentos operacionais da corporação. Por conta disso, nós decidimos afastar os oficiais e todos os policiais envolvidos das ruas para que haja lisura nas investigações”, justificou o secretário de PM, Marcelo de Menezes.
O rapaz foi morto em uma festa junina durante uma ação de agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
‘O policial arrastou o meu filho pela escada’, diz mãe de Herus
Mônica Guimaraes Mendes, mãe de Herus afirmou que um agente do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) mudou o rapaz de lugar ao vê-lo baleado.
“O policial arrastou o meu filho pela escada e gritou que meu filho era vigia [do tráfico]. Botou uma grade para ninguém socorrer o meu filho”, declarou.
Segundo Mônica, o filho estava em frente a uma padaria, a fim de comprar um lanche, quando foi atingido. “Meu filho perguntou se eu queria algo para comer. Ele foi alvejado na barriga com o pagamento de Pix aberto. Botou a mão e caiu em frente à padaria”, narrou.
“Ele foi criado com tanto amor! Eu vigiei, tomei conta, fui atrás para o meu filho não entrar para essa vida. Porque eu não queria perder um filho. Eu não queria enterrar o meu filho. E a polícia, que era para proteger, tirou a vida do meu filho! E não deixaram a gente socorrer!”, prosseguiu.
“Quando levamos o Herus para o carro, eles ainda debocharam”, emendou.
Herus morreu horas depois, no Hospital Glória D’Or, perto do Santo Amaro.
Pais de Herus foram ao velório do filho com uma foto do jovem com o filho e o crachá da empresa onde ele trabalhava
Reprodução/ TV Globo
Exonerados e afastados
Herus morreu, e outras 5 pessoas ficaram feridas na investida do Bope. Em uma nota, a tropa de elite da PM disse que se tratava de “uma ação emergencial para checar informações sobre a presença de diversos criminosos fortemente armados reunidos na comunidade se preparando para uma possível investida de criminosos rivais visando uma disputa territorial na região”.
Ainda segundo o comunicado, “criminosos atiraram contra os policiais nesta região, porém não houve revide por parte das equipes”. No entanto, de acordo com a PM, “em outro ponto da comunidade, os criminosos atacaram as equipes novamente, gerando confronto”.
Neste domingo, o governador Cláudio Castro (PL) exonerou o coronel Aristheu de Góes Lopes, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e o coronel André Luiz de Souza Batista, do Comando de Operações Especiais (COE), e afastou das ruas 12 policiais que participaram da operação.