
Prefeitura de Votorantim (SP) afirma que projeto está em fase final de planejamento e que ainda são necessários trâmites administrativos e contratuais para garantir o cumprimento de exigências legais, técnicas e sanitárias. Clínica veterinária municipal de Votorantim (SP) ainda não tem data para iniciar atendimentos
Jorge Silva/Arquivo pessoal
A Clínica Veterinária Municipal de Votorantim (SP), inaugurada no fim de 2024, com investimento superior a R$ 1,2 milhão, ainda não iniciou o atendimento ao público. A demora tem gerado críticas de ativistas da causa animal, que cobram a efetiva utilização do espaço.
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Anunciada pela gestão anterior como uma estrutura voltada ao atendimento de cães e gatos de tutores em situação de vulnerabilidade, a clínica foi entregue oficialmente em 30 de dezembro de 2024.
O prédio, localizado na Rua Antônio Arruda, ao lado da UBS da Vila Garcia, foi construído com recursos municipais e, segundo a prefeitura informou na época, ficaria sob responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente. Desde então, no entanto, o espaço permanece fechado.
A professora Patrícia Aparecida Sbrana, que atua há mais de 35 anos na proteção animal, afirma que a criação da clínica foi uma demanda apresentada por protetores em 2020. Além da ativação da unidade, o grupo também reivindica a criação de uma Secretaria Municipal de Bem-Estar Animal.
“Ficou o ano de 2024 inteiro em construção e foi inaugurado em dezembro de 2024. Logo em janeiro deste ano, fomos atrás do novo secretário do Meio Ambiente pedir a criação da Secretaria de Bem-estar Animal, que seria o órgão mais competente para administrar o prédio. A Zoonoses, por lei, não pode mais recolher animais vítimas de maus-tratos. No começo desse ano, ficamos sabendo que a nova gestão estava querendo usar o prédio da clínica veterinária para montar uma UPA infantil. Daí começamos a ficar mais em cima”, afirma.
Ativistas afirmam que demora em dar continuidade nos trâmites necessários para abertura da clínica impacta diretamente nas ações de proteção animal
Jorge Silva/Arquivo pessoal
A ativista Letícia Oliveira Mariz, que faz parte da Associação Amigos dos Animais de Votorantim e participa da Câmara Técnica de Proteção e Bem-Estar Animal (CTBEA), ressalta a importância da clínica como ferramenta para aliviar o trabalho dos protetores independentes. Ela também defende a criação de uma secretaria municipal para tratar especificamente dos assuntos referentes à causa animal.
“Os animais que resgatamos ficam em nossas casas, somos impedidas de resgatar mais por falta de recursos financeiros nossos. O atendimento gratuito aos animais das pessoas carentes já nos ajudaria e muito a ‘desafogar’ o nosso financeiro.”
“Porém, vai muito além. Precisamos que seja criado o Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal e, com ele, o Conselho de Proteção e Bem-Estar Animal, pois somente com políticas públicas que os animais terão ‘voz’. O governo anterior deixou uma Lei de Proteção Animal pronta, a qual nós, como integrantes da Câmara Técnica, ajudamos a escrever, e a clínica construída com recursos próprios, e, mesmo assim, o governo atual não deu continuidade”, afirma.
Segundo Letícia, embora mutirões de castração estejam sendo realizados, as ações ainda são insuficientes. “O que estamos tendo, debaixo de muita insistência nossa, são os mutirões de castração. Mas precisamos de mais, muito mais”, completa.
Márcia Sbrana, também protetora, questiona a morosidade para colocar a clínica em funcionamento. “Já estamos quase na metade do ano. O que está impedindo o início dos atendimentos?”, indaga.
Custo do contrato para construção da clínica veterinária foi superior a R$ 1,2 milhão, verba oriunda dos cofres municipais de Votorantim (SP)
Jorge Silva/Arquivo pessoal
Em nota, a Prefeitura de Votorantim informou que a clínica está na fase final de planejamento e que ainda são necessários trâmites administrativos e contratuais para garantir o cumprimento das exigências legais, técnicas e sanitárias.
“Trata-se de uma iniciativa inédita no município, fruto de emendas parlamentares e de um projeto cuidadosamente elaborado dentro dos princípios do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos (PNMPECG), do Ministério do Meio Ambiente. O início do atendimento está previsto para ocorrer ainda neste ano, em conformidade com a fase atual de estruturação do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal”, completa.
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