Quem é Adélia Soares e por que advogada de Deolane Bezerra foi indiciada na CPI das Bets?


Adélia é uma das 16 pessoas indiciadas na comissão que investigou jogos de azar no Brasil. Ela é apontada como integrante de esquema que operava ilegalmente plataformas estrangeiras de apostas on-line. A advogada Adélia Soares, indiciada pela PCDF por falsidade ideológica e associação criminosa
Reprodução/Adélia Soares Advogados
Adélia Soares é uma das 16 pessoas indiciadas da CPI das Bets nesta terça-feira (10). A advogada, que já estava na mira da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), foi indiciada por lavagem de dinheiro e integração de organização criminosos por jogos de aposta online.
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No relatório enviado ao Ministério Público e à Advocacia Geral da União (AGU), ela é apontada como uma das integrantes de um esquema que operava ilegalmente plataformas estrangeiras de apostas on-line no Brasil. e teria vínculos com a “máfia chinesa” (saiba mais abaixo).
Adélia Soares participou do Big Brother Brasil 2016, e é dona do escritório de advocacia. Ela ficou conhecida por representar a influenciadora e também advogada Deolane Bezerra, presa em 2024 por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais.
O g1 não conseguiu falar com Adélia até a publicação desta reportagem.
A lista de indiciados pela CPI das Bets foi produzida pela senadora Soraya Thronicke (Podemos), relatora da comissão:
➡️ Os pedidos feitos por Soraya Thronicke não significam indiciamentos automáticos.
➡️ A lista é, na prática, uma sugestão. Cabe aos órgãos responsáveis, como o Ministério Público, avaliar a apresentação de denúncias.
Lavagem de dinheiro e associação criminosa
Advogada de Deolane, Adélia de Jesus Soares, é indiciada no DF.
Segundo o relatório, o grupo teria vínculos com a máfia chinesa — que seria responsável por operar os sites de aposta que funcionavam no Brasil. Adélia seria uma das sócias da Playflow, empresa que atuava como a “ponte” entre os pagamentos feitos ao site de apostas e a máfia chinesa.
A Playflow está sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, e de acordo com a PCDF, teria sido aberta com documentação falsa na junta comercial de Suzano, em São Paulo. A empresa também estaria relacionada à holding estrangeira Peach Blossom, sediada no paraíso fiscal caribenho.
🔎Holding: é uma estrutura empresarial que reúne e controla outras diversas empresas. A holding não se envolve diretamente nas operações das empresas controladas, mas sim na gestão estratégica, financeira e administrativa do grupo.
Segundo as investigações da Polícia Civil, a Playflow funcionava como uma empresa de fachada e operava para movimentar os recursos provenientes das apostas. As investigações dão conta ainda que as transações movimentaram milhões de reais de forma irregular através de uma instituição de pagamento.
As movimentações utilizavam CPF irregulares e até de pessoas mortas, o que dificultava o rastreio de origem e destino do dinheiro.
Apesar de constar como responsável pela empresa, Adélia negou conhecer a Peach Blossom em depoimento à Polícia Civil, embora tivesse validado sua inclusão no contrato social da Playflow.
A advogada chegou a ser intimada cinco vezes para prestar depoimento à CPI, mas permaneceu em silêncio, exercendo o direito constitucional.
Ex-BBB e advogada de Deolane Bezerra
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O escritório de advocacia de Adélia Soares foi inaugurado em 2003. Desde 2015, a firma jurídica é especializada no atendimento a influenciadores e artistas.
Em seu perfil nas redes sociais, a advogada faz publicações com dicas voltadas para influenciadores e figuras públicas. Em 2024, a advogada chegou a fazer um post ensinando sobre “como divulgar rifas sem ser preso”.
Segundo postagem no site do escritório “Adélia Soares Advocacia”, Adélia tem mais de 20 anos de experiência do ramo e é graduada pela Universidade São Francisco, com especialização em direito do consumidor e direito internacional, além de mestrado em direitos difusos e coletivos.
Durante 12 anos, Adélia foi diretora do Procon do município de Suzano, no interior de São Paulo, e ao deixar o cargo, presidiu o Instituto de Defesa ao Consumidor (Idecon), na mesma cidade.
Adélia já havia sido indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal
Em 2024, Adélia Soares entrou no radar da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) devido à sua atuação à frente da Playflow. Em setembro daquele ano, ela foi indiciada por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais, pelos crimes de falsidade ideológica e associação criminosa.
À época, a TV Globo apurou que a investigação da Polícia Civil do DF começou depois que um colaborador terceirizado da delegacia caiu em um golpe e transferiu cerca de R$ 1,8 mil para uma conta de apostas do jogo do tigrinho.
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