
Eduardo José de Andrade e outros três policiais são acusados de cobrar propina para permitir a entrada de itens ilícitos no presídio Romão Gomes. Ele já foi condenado a prisão pelo assassinato de João Gonsalves Filho, de 39 anos, com um tiro na cabeça. Prédio da administração da unidade prisional dentro do complexo Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo
Raul Zito/g1/Arquivo
O policial militar de 21 anos condenado a 29 anos de prisão por matar um homem em Cedral (SP) por uma dívida de R$ 300 em cocaína foi preso suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção dentro do presídio Romão Gomes, na Zona Norte, em São Paulo, após uma operação da Corregedoria nesta terça-feira (11).
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Segundo apurado pelo g1, Eduardo José de Andrade e outros três policiais são acusados de cobrar propina para permitir a entrada de celulares, drogas e anabolizantes na unidade, que abriga policiais que aguardam julgamento ou já foram condenados pela Justiça.
Os quatro presos trabalhavam dentro do próprio presídio Romão Gomes. Parentes deles e de alguns detentos também estão sendo investigados por participação no esquema.
Segundo a investigação, o caso começou a ser apurado em fevereiro de 2024 após a descoberta de um celular e um carregador escondidos na cela do soldado Eduardo.
Condenado a prisão pelo assassinato de João Gonsalves Filho, de 39 anos, com um tiro na cabeça, Eduardo decidiu colaborar com as investigações e revelou como funcionava a rede de corrupção. Com a sentença, a Justiça determinou a perda do cargo de policial militar e, consequentemente, da função pública do homem.
De acordo com o depoimento, dois sargentos responsáveis pela guarda da unidade permitiam a entrada dos itens ilegais. A esposa de um dos presos teria o papel de levar os celulares até as celas nos dias de visita.
Em fevereiro deste ano, uma nova apreensão de celulares reforçou a suspeita de um esquema estruturado. Cinco aparelhos foram encontrados com um cabo que exercia a função de carcereiro no presídio.
Para a Corregedoria, o novo flagrante confirmou que o caso de 2024 não era isolado, reforçando a suspeita do envolvimento de mais PMs no esquema.
A Justiça Militar decretou a prisão preventiva dos quatro policiais militares. Eles são investigados por crimes como corrupção, tráfico de drogas e associação criminosa. Agora, permanecem presos na mesma unidade onde teriam cometido os crimes.
Quebra de sigilo telefônico
A quebra de sigilo telefônico de Eduardo Andrade revelou ainda conversas com dois traficantes de drogas, que são suspeitos de fornecer entorpecentes revendidos no presídio.
Segundo a investigação, a irmã de Andrade recebia a droga, e a mulher dele levava o carregamento até a unidade.
A Corregedoria também encontrou transferências bancárias entre essa irmã e a mulher de Andrade e os soldados Felipe Oliveira Mazola e Felipe Moreira da Silva, que também trabalhavam no Romão Gomes.
Além dos dois soldados, outros dois PMs são investigados por participação no esquema: o cabo Nilson Moreira da Silva, suspeito de fornecer anabolizantes a presos, e o soldado Moreno Maximiliano Rocha, investigado por receber dinheiro de detentos e de familiares.
A reportagem tenta contato com a defesa dos envolvidos.
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