
Em 9 de abril, dois estudantes da instituição de ensino pularam sobre as costas de Carlos Teixeira, de 13 anos. No dia 15, o garoto morreu. Vítima de bullying dentro de escola diz agressores se chamam de ‘Grupinho do Terror’
O Fantástico deste domingo (28) foi até Praia Grande, no Litoral de São Paulo, para mostrar o histórico de violência dentro de uma escola estadual onde o adolescente Carlos Teixeira, que tinha 13 anos, foi agredido por colegas e acabou morrendo poucos dias depois.
Os estudantes suspeitos de agredir o menino fazem parte de um grupo que já atacou outro aluno no banheiro da mesma unidade de ensino.
“Foram sete pessoas: duas pegaram pelo meu braço e os outros cinco começaram a me bater. Lá não tem câmera. Eles têm um grupinho chamado ‘grupinho do terror’”, disse o estudante ao Fantástico. Segundo ele, a direção conhece o grupo e não faz nada por ter medo deles.
A mãe do aluno conta que o bullying começou desde que ele entrou na escola, há pouco mais de 1 ano.
“Eu relatei várias vezes para a subdiretora, para pedagoga, para o diretor. Nunca ninguém tomou nenhuma providência. Eu já tirei o meu filho dessa escola e não quero mais ele por lá”, conta.
O menino conta que não quer mais sair de casa e que está apavorado com o que aconteceu.
Resposta do governo estadual
O gestor do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, Thomas Resende, diz que a pasta instaurou uma comissão para apuração dos fatos e eventuais responsabilidades.
“A gente está indo no início dos trabalhos, mas a realidade atual é de que nenhuma evidência, nem por videomonitoramento, nem por oitivas realizadas, trazem informação de que aconteceu alguma coisa dentro do ambiente escolar no dia 9 de abril”, diz.
Segundo ele, a pasta tem a imagem do estudante saindo da escola “aparentemente bem”.
Thomas diz que as escolas estão em processo de construção do plano de convivência. “A gente trabalha com a questão de proteção escolar, com a melhoria da convivência, que é sem dúvida alguma a nossa principal preocupação. Para que cada vez mais nós consigamos desenvolver esse estudante”, completa.
Investigação
A polícia já ouviu dez pessoas na investigação que apura a morte de Carlinhos. Entre elas, a vice-diretora da escola, professores e dois suspeitos, que são menores e estavam acompanhados de parentes.
Os investigadores já têm os nomes da maioria dos alunos que participaram das agressões contra Carlinhos. O inquérito apura se houve homicídio com dolo eventual, que é quando a pessoa assume o risco de matar.
“Falta definir se a morte se deu em decorrência dessas agressões que ele possa ter sofrido ou se foi uma causa independente”, diz o delegado Alex Mendonça.
A mãe diz acreditar que a culpa é da escola.
“Um adulto vê as crianças apanhando, não só o meu filho, e fechar os olhos, fingir que nada aconteceu”, diz.
Michelle, mãe de Carlinhos, falou ao Fantástico sobre a rotina de agressões que o filho sofria.
TV Globo/Reprodução
Veja a reportagem completa no vídeo abaixo:
Aluno que morreu depois de ser agredido dentro de escola sofria bullying há meses
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