Procuradora do MP-AL se desculpa por fala sobre pessoas LGBTQIAP+: ‘Diálogo descontextualizado’


Denise Guimarães de Oliveira afirmou que as falas representam sua crença, mas que isso não interfere no desempenho da sua função como procuradora. Procuradora Denise Guimares se desculpou após comentário
Ministério Público de Alagoas
A procuradora de Justiça que fez comentários considerados LGBTfóbicos durante uma reunião do Colégio de Procuradores em Maceió divulgou nesta terça-feira (19) uma nota com pedido de desculpas (veja mais abaixo).
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No texto, Denise Guimarães de Oliveira disse que as falas representam sua crença, mas que isso não interfere no desempenho de sua função como procuradora. Disse ainda que o comentário aconteceu em um “diálogo reservado” e que acabou sendo vazado.
Na conversa, gravada na última quinta-feira (14), a procuradora critica o MP por ter cedido um carro ao Grupo Gay de Maceió, em regime de comodato, que é usado pela ONG para atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade.
“Deus disse: ‘Crescei e multiplicai. Quem disser que esse tais LGBT multiplicam, eu calo”, disse Denise durante conversa com outro procurador sem saber que o seu microfone estava aberto.
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Segundo ela, por estar fora de contexto, os comentários proporcionaram “inferência de manifestação homofóbica”.
“No exercício das atribuições do Ministério Público, inclusive, na condição de mulher, mãe, irmã, e, avó, jamais ofenderia, deliberadamente, qualquer ser humano, em especial os semelhantes integrantes de comunidade LGBTQI +, ou demais outros grupos minoritários em situação de vulnerabilidade”, afirmou.
Procuradora faz comentário LGBTfóbico durante reunião no MP de Alagoas
Leia na íntegra a nota divulgada pela procuradora de Justiça Denise Guimarães de Oliveira:
NOTA
Na Sessão do Colégio de Procuradores de Justiça, do Ministério Público de Alagoas, realizada no dia 14 do corrente mês e ano, em diálogo reservado, com outro colega de colegiado, operou-se o vazamento de parte da interlocução.
A ausência de contextualização proporcionou inferência de manifestação homofóbica, a qual merece ser efetivamente reparada e repudiada, isto porque no exercício das atribuições do Ministério Público, inclusive, na condição de mulher, mãe, irmã, e, avó, jamais ofenderia, deliberadamente, qualquer ser humano, em especial os semelhantes integrantes de comunidade LGBTQI +, ou demais outros grupos minoritários em situação de vulnerabilidade.
Assim, destaco com veemência, apesar de não ser esta a natureza do diálogo descontextualizado, externo as minhas sinceras escusas, a quem porventura, tenha se sentido ofendido.
A referência bíblica transcrita, reafirmo, não contextualizada, representa a minha crença, mas não implica qualquer desrespeito a liberdade de crença ou não dos seres humanos. Assim, reafirmo o meu compromisso, como mulher, mãe, irmã, avó, e, na condição de integrante do MPAL, de continuar promovendo a defesa dos direitos humanos, com denodo e dedicação, conduta observável nos 40 (quarenta) anos de atividade ministerial.
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