Um vídeo mostra o investigado abordando o entregador quando ele vai pegar a moto estacionada, depois de lanchar em uma praça. Policial foi indiciado por homicídio doloso. Vídeo mostra momentos antes de entregador por aplicativo ser morto por policial militar
O policial militar investigado por matar o entregador por aplicativo, Lucas Marcelino Botelho, foi preso nesta segunda-feira (19) em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, após uma investigação, o policial foi indiciado por homicídio doloso com dolo eventual, o que indica que, embora não tenha tido a intenção direta de matar, assumiu o risco de fazê-lo.
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O g1 entrou em contato com a Polícia Militar para pedir um posicionamento sobre o caso, mas não teve nenhum retorno até a última atualização desta reportagem. A defesa do investigado informou que “estamos aguardando a conclusão do inquérito e após isso, nós nos manifestaremos”.
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O caso aconteceu na noite de terça-feira (12) em um bar no setor Vila Vitória, em Itumbiara, no sul do estado. Um vídeo mostra o momento em que a vítima é atingida pelo disparo, enquanto o policial batia nele (veja acima).
O delegado Felipe Sala, da Polícia Civil informou que o investigado foi indiciado adicionalmente por ameaçar uma testemunha presente no local do crime.
Felipe Sala alegou que a investigação apontou que a vítima Lucas Marcelino Botelho estava com uma motocicleta que tinha a numeração do chassi suprimida, indicando adulteração do sinal identificador, confirmado por laudo pericial, colocando-o em flagrante delito.
Também disse que outra testemunha, menor de idade, estava conduzindo uma motocicleta sem possuir habilitação, realizando manobras perigosas, o que motivou a abordagem inicial do policial militar.
A polícia informou que um mandado de prisão foi expedido pela Justiça e o investigado se apresentou espontaneamente à Corregedoria da Polícia Militar.
Entenda o caso
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Reprodução/Redes Sociais
Nas filmagens, é possível ver que, inicialmente, o motociclista aborda um outro motociclista que tinha acabado de estacionar a moto próximo a praça. Naquele momento, começa uma discussão entre os dois. Enquanto isso, o entregador Lucas está sentado na praça, comendo.
Ao perceber a movimentação próxima as motos, ele vai até onde seu veículo está para retirar a moto. Neste momento, ele é visto sendo abordado pelo policial.
“Quando o Lucas está tentando retirar a sua moto, o policial tenta impedi-lo. Joga a moto em cima dele, começa a agredi-lo, saca a arma. É possível observar que o Lucas afasta quando percebe que a pessoa está armada. O Lucas evita o confronto e mesmo assim continua sendo agredido até que acontece o disparo”, diz o advogado da família de Lucas, Saulo Nunes dos Santos.
Inicialmente, à Polícia Militar, o policial justificou o crime ao dizer que teria notado “um motociclista realizando manobras perigosas” e que acabou brigando com ele por esse motivo, “resultando em um disparo acidental de arma de fogo efetuado pelo PM”. No entanto, as manobras perigosas não são vistas na filmagem em questão.
O advogado do militar, Adriano Calheiros, também narrou os acontecimentos daquela noite. Segundo ele, houve, “em um primeiro momento, uma abordagem pelo militar a um grupo”. Ele ainda disse que, o policial foi agredido fisicamente e que, “ pós a agressão sofrida, houve a fatalidade”. A defesa ainda pontuou que o grupo inicialmente abordado pelo policial foi o que posteriormente filmou a briga.
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