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Caso, que aconteceu em 2022, é julgado nesta quinta-feira (21), em Ribeirão Preto (SP), sem a presença do réu. Ivan Nogueira esganou Regiane Carneiro de Moura Silva e nunca se apresentou à Justiça. Ivan Nogueira é suspeito de matar a mulher, Regiane Carneiro de Moura Silva, em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Facebook
Em carta endereçada aos pais, Ivan Nogueira, acusado de matar a mulher Regiane Carneiro de Moura Silva, revela ódio e arrependimento.
O g1 teve acesso ao conteúdo, que foi apresentado nesta quinta-feira (21), durante julgamento do crime em Ribeirão Preto (SP).
Ivan não compareceu ao Fórum e está foragido desde 2022, quando o crime aconteceu.
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No texto, endereçado aos pais, o réu diz que agiu por impulso e matou Regiane durante uma briga do casal.
“Começamos a brigar um com o outro e eu agredi ela. Acho que eu fiquei cego de tanto ódio, que não percebi que estava fazendo. Jamais eu queria matar a mãe do meu filho. Nossa, pai, eu tô num arrependimento tão grande, porque minha intenção não era matar ela de jeito nenhum”.
Regiane Carneiro de Moura Silva, de 26 anos, foi encontrada morta em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes sociais
À época do crime, Maria Carneiro de Moura Silva, mãe de Regiane, disse que o casal tinha uma relação conturbada, marcada por brigas, separações e ameaças de morte.
Segundo ela, apesar da violência, a filha sempre preferia perdoar o marido e tentar uma reconciliação.
No trecho seguinte da carta, Ivan diz que tenta ‘continuar a vida’ e fala que ‘achou que daria tempo’ da vítima ser socorrida.
Em carta, Ivan Nogueira conta aos pais que matou Regiane Carneiro de Moura Silva durante uma briga do casal em 2022, em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Arquivo pessoal
“Chega a ser difícil dormir todo dia quando eu lembro, mas eu estou tentando todo custo continuar minha vida. Eu achei que ia dar tempo de socorrer ela quando eu fugi”.
O conteúdo foi enviado aos pais de Ivan em junho de 2022, um mês após o crime.
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O julgamento de Ivan acontece nesta quinta-feira (21), no Fórum de Ribeirão Preto, sem a presença do réu. A carta foi lida pela defesa dele ao júri que acompanha o caso.
Para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o não comparecimento de um acusado ao julgamento é uma extensão do direito ao silêncio e, por isso mesmo, a sessão acontece independentemente da presença do réu.
A sentença que vai considerar o réu culpado ou inocente deve ser proferida até o fim do dia.
Ivan responde pelo crime de homicídio com circunstância qualificadora de feminicídio, mas a defesa pede uma condenação por lesão corporal seguida de morte, uma vez que diz que ele não tinha intenção de matar a vítima.
‘Não quero viver fugindo’
Depois de matar Regiane, Ivan fugiu com o filho do casal, hoje com 5 anos, e nunca foi encontrado. Em outro trecho da carta, ele diz aos pais que ‘não quer viver fugindo’ e aguardaria a Justiça decidir o futuro dele.
“Pai, eu não queria fugir e não quero viver fugindo. Isso não é vida para nós, eu tenho minhas coisas, não queria viver assim. Eu estou esperando para ver o que a Justiça vai falar, mas eu estou com muito medo do povo [família] dela”.
Há dois anos, a família de Regiane tenta ver a criança. Segundo Cassiano Figueiredo, advogado de defesa de Ivan, o menino está bem de saúde e bem cuidado.
Em carta, Ivan Nogueira conta aos pais que matou Regiane Carneiro de Moura Silva em Ribeirão Preto (SP) diz que ‘não queria fugir’
Reprodução/Arquivo pessoal
O crime
Regiane tinha 26 anos quando foi morta por Ivan dentro da casa onde os dois viviam com o filho, no Jardim Jóquei Clube, zona Norte de Ribeirão Preto. O crime aconteceu no dia 15 de maio.
A manicure foi encontrada pelo sogro, no chão da sala e com hematomas no pescoço, causados por esganadura. Na mão esquerda, Regiane segurava uma faca de cozinha, que foi apreendida.
O pai de Ivan era vizinho do casal e, à época do crime, disse à polícia que foi até o local porque ouviu barulhos no imóvel. O carro da família não estava na garagem e Ivan e a criança estavam desaparecidos.
Ivan Nogueira é suspeito de matar a mulher, Regiane Carneiro de Moura Silva, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo
Montagem/g1
O veículo foi encontrado cinco dias após o crime, abandonado no meio de um canavial, na zona rural de Barrinha (SP). Ivan e o filho nunca mais foram vistos pela família de Regiane.
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