Vitória Gabrielly, raptada e morta por engano em 2018, completaria 18 anos nesta sexta-feira: ‘Dia todo pensando nela’, diz pai


Ao g1, pais de Vitória Gabrielly, Rosana Guimarães e Beto Vaz, comentaram sobre a data de aniversário da menina, que acontece na mesma semana em que o quarto e último réu do caso foi condenado pela Justiça como mandante do crime. Polícia Civil investiga morte da estudante Vitória Gabrielly
Reprodução/TV TEM
Nesta sexta-feira (22), Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, raptada e morta por engano para que uma dívida de drogas fosse quitada, completaria 18 anos. Data carregada de lembranças, dores e anseios pelos pais da menina, Rosana Guimarães e Beto Vaz.
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Com 12 anos, Vitória desapareceu ao sair para andar de patins, em Araçariguama (SP), em 8 de junho de 2018. Foram oito dias de angústia enfrentados pela família e buscas pela menina. Até que no dia 16 de junho, o corpo de Vitória foi encontrado em uma estrada de terra. Ao lado dela, estavam os patins, usados com frequencia pela garota que adorava praticar o esporte.
Seis anos depois da morte de Vitória, quatro pessoas foram condenadas pelo crime. O último réu do caso foi condenado nesta quarta-feira (20).
Corpo da Vitória Gabrielly foi encontrado em mata, em Araçariguama, ao lado dos patins
Rodrigo Cunha/G1
Após o júri popular, realizado no Fórum de São Roque (SP), a mãe de Vitória conversou com o g1 e lembrou da data, que seria o aniversário da filha.
“Acaba sendo até pequeno e indiferente esse resultado. A minha filha não vai voltar. Sexta-feira ela faria 18 anos. Então, agora era o momento dos preparativos, de estar atrás de um bolo, de uma festa, organização, e eu estou aqui numa audiência. Isso é doloroso porque o resultado final não traz ela de volta”, lamenta.
Apesar do sentimento de indiferença em relação ao júri popular do último réu, Rosana diz que o fim do processo na Justiça traz certo alívio para a família.
Caso Vitória: mãe da adolescente fala sobre condenação do último réu
Os patins
Beto, pai de Vitória Gabrielly, contou que a família ainda guarda os objetos da filha e ressaltou um desejo: recuperar os patins usados por ela no dia do crime.
“Eu entrei com pedido na Justiça para reaver os patins e as roupinhas dela, que ainda estão com a Polícia Civil, acredito, pois são objetos da investigação. Mas queremos de volta. Nós organizamos um evento de patinação em Araçariguama e minha intenção era levar os patins para fazer uma homenagem à Vitória”, comentou Beto.
Segundo Beto, a família aguarda uma resposta da Justiça sobre a liberação dos pertences da vítima à família.
Patins da menina Vitória foram levados pela perícia à delegacia de Araçariguama
Witter Veloso/TV TEM
O evento que Beto cita carrega o nome de Vitória. É o 1º Festival de Patinação “Vitória Gabrielly”, organizado pela Prefeitura de Araçariguama, que ocorre neste sábado (23), no Ginásio dos Campeões, com entrada gratuita. O ginásio é o mesmo local que Vitória brincava perto quando foi vista pela última vez.
Beto Vaz, que atualmente é secretário de Esporte, Lazer e Eventos de Araçariguama, explica que encontrou no evento uma forma de honrar a memória da filha.
Sobre a data de aniversário da filha, Beto Vaz comenta que busca passar o dia mais reservado e em orações pela menina.
“É um dia que me recolho bastante, procuro ficar em casa, quieto. É um dia bem difícil. Fico o dia todo pensando nela”.
Beto Vaz e Vitória Gabrielly. Família mora em Araçariguama (SP)
Arquivo Pessoal
Festival de patinação
O festival está previsto para iniciar às 8h. As atividades ocorrerão ao longo do dia, com previsão de encerramento às 15h. No cronograma, divulgado pela prefeitura, haverá apresentação de danças, gincanas, competições, shows e premiação.
O Ginásio dos Campões fica na Rua Espírito Santo, S/N, Jardim Brasil.
Vitória Gabrielly Guimarães Vaz
Reprodução/TV TEM
Relembre o caso
Vitória Gabrielly desapareceu na tarde do dia 8 de junho de 2018, quando saiu de casa para andar de patins, em Araçariguama. Uma câmera de segurança registrou a menina na rua no dia do sumiço.
O desaparecimento mobilizou buscas diárias com cães farejadores e policiais pela região. A adolescente foi encontrada morta oito dias depois, em 16 de junho, em uma mata às margens de uma estrada de terra, no bairro Caxambu.
Segundo a polícia, a garota estava com os pés e as mãos atados e o corpo amarrado a uma árvore. Vitória usava a mesma roupa que vestia no dia em que sumiu e os patins foram encontrados perto do corpo.
Mayara, Bruno e Júlio foram presos acusados de participação direta na morte da menina. Os três foram levados para a penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba (SP). Eles negaram os crimes desde o início.
A polícia apurou que Vitória foi raptada por engano para que uma dívida de drogas fosse quitada. A menina teria sido morta depois que os criminosos perceberam que estavam com a pessoa errada.
Odilan Alves Sobrinho, investigado por comandar o tráfico de drogas na região de Araçariguama, foi condenado por ser o mandante da cobrança de dívida que causou a morte da adolescente. A Justiça determinou a pena de 36 anos e três meses de prisão, durante júri popular. Ele alega ser inocente.
Caso Vitória: condenado pela morte da adolescente diz que é inocente
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