João Soares foi preso em Mato Grosso do Sul, em uma casa que estava em obras na cidade de Ponta Porã (MS). As investigações apontaram que ele usava aviões adulterados e até submarinos para traficar as drogas. João Soares Rocha é suspeito por chefiar rede internacional de tráfico de drogas
Reprodução
Após quatro anos foragido, o suspeito de chefiar uma rede internacional de tráfico de drogas, João Soares Rocha, mudou de aparência para se disfarçar e usava documentos falsos. Ele é investigado por homicídio, lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico internacional. Segundo a Polícia Federal, por causa do uso de outro nome, equipes tiveram dificuldade na localização o suspeito.
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João foi capturado nesta quinta-feira (21) pela Polícia Federal, após a justiça expedir dois mandados de prisão preventiva. Ele foi encontrado em uma obra de uma casa na cidade de Ponta Porã (MS). O g1 tenta contato com a defesa dele, mas não obteve retorno até a publicação dessa reportagem.
Na abordagem ele apresentou os documentos falsos aos federais. Segundo a polícia, durante interrogatório João contou que pagou R$ 12 mil pelo documento no Paraguai, pois “precisava de um papel no bolso”.
No depoimento, o suspeito disse à polícia que morava em dois endereços sendo um em Pedro Juan Caballero, no Paraguai e outro em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. João ainda contou que estava no Brasil assessorando o proprietário da obra na compra de materiais para construção e que não recebia nenhum valor pelo serviço.
Polícia apreende armas, munições e outros itens com suspeito de chefiar rede de tráfico
Durante a prisão de João, os policiais civis apreenderam três rifles, sendo um com mira, pistolas, munições, alvo para treino de tiro tático, dólares e aparelhos celulares. A polícia informou que o suspeito chegou a dizer no depoimento que vivia com o dinheiro que conseguiu com a venda de uma caminhonete em 2020, mesmo ano que passou a ser considerado foragido.
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No ano passado, a segunda etapa da Operação Flack bloqueou bens de suspeitos de tráfico internacional, com intuito de descapitalizar o grupo criminoso. João é dono de fazendas, aviões, postos de combustíveis e até um hangar.
No Tocantins, o grupo utilizava pistas de pouso em Palmas e em Porto Nacional como ponto de apoio para movimentar as drogas. Em 2019, um submarino que seria utilizado para levar drogas para Europa e África foi apreendido pela Polícia Federal.
Além do mandado de prisão pela suspeita de tráfico internacional, João Soares também era procurado por suspeita de ser o mandante do assassinato de Silvio Dourado, advogado e policial federal aposentado e namorado da ex-mulher. O crime aconteceu num semáforo em Goiânia numa avenida movimentada em abril de 2020.
Operação Flak
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O grupo criminoso começou a ser investigado em 2018 depois que uma aeronave com 300 quilos de cocaína foi apreendida em Formoso do Araguaia. O principal investigado, apontado como chefe da quadrilha, é João Soares Rocha.
Durante a investigação a polícia descobriu que o grupo comprava e adulterava aeronaves para transportar drogas no Brasil e em outros países. João Soares Rocha possuía de fazendas, aviões, postos de combustíveis e até um hangar.
As investigações indicam que a rota do transporte de drogas passava pelos países produtores (Colômbia e Bolívia), países intermediários (Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala) e países destinatários (Brasil, Estados Unidos e União Europeia). Pistas no Tocantins também eram usadas pelo grupo.
Também em 2018, a polícia conseguiu encontrar uma espécie de submarino improvisado no Suriname. A embarcação, que podia carregar entre 6 e 7 toneladas, poderia ser utilizada para levar drogas para Europa e África.
No ano seguinte o grupo foi alvo de uma megaoperação da Polícia Federal que fez 28 prisões e apreendeu 11 aeronaves.
Durante as investigações da Flak deflagrada em fevereiro de 2019, a PF constatou que Joao, chegou a transportar nove toneladas de cocaína. 47 aviões ligados ao grupo dele foram apreendidos na época.
Em 2020 ele conseguir uma decisão de liberdade no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.
Rota da droga movimentada por quadrilha alvo da Operação Flak, da Polícia Federal
Wagner Magalhães/G1
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