Objetivo do estudo é identificar e disponibilizar os dados para o governo conseguir criar polícias públicas voltadas à preservação do Pantanal. Parque Estadual Encontro das Águas visto de cima em MT
Reprodução
Pesquisadores estão fazendo estudos para medir a qualidade da água dos rios no Pantanal de Mato Grosso. De acordo com o presidente da Fundação Ecotrópica e responsável pela pesquisa, Ilvanio Martins, o objetivo é disponibilizar os dados para o governo conseguir criar polícias públicas voltadas à preservação do Pantanal.
Um dos pontos de maior concentração da atividade dos pesquisadores é a região de Porto Jofre, próximo ao Parque Estadual Encontro das Águas, entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço, a 104 e 121 km de Cuiabá, respectivamente.
De acordo com o presidente da Fundação Ecotrópica, o estudo também será disponibilizada para outros pesquisadores.
“O projeto tem o foco de contribuir com a pesquisa no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nós já temos o monitoramento, agora é uma segunda etapa que visa identificar e detectar a qualidade da água. Isso é importante para que o poder público possa adotar medidas para e a água alcançar sua alta qualidade e beneficiar todas as pessoas que se servem dela.”, disse .
O Rio São Lourenço, que é uma sequência do Rio Cuiabá, também passa pela região e faz parte da pesquisa.
“Nesse trecho é a grande concentração porque vem águas do Rio Vermelho de Rondonópolis, do Rio Piquiri, Rio Três Irmãos que chegam aqui e formam o São Lourenço. Então é uma conexão, não tem como dissociar um ambiente do outro porque tudo vem parar aqui no Pantanal que é essa grande área alagável que precisamos desenvolver esses trabalhos para melhorar a informação”, disse.
O pesquisador também explica que os rios da região estão com volume abaixo do esperado para esse período.
“Nessa época do ano, a água teria que estar transbordando, o rio teria saído do leito e alcançado as baías. A gente já abriu uma linha de comunicação com o poder público para poder fazer uma pré-constatação das áreas que vão sofrer com possíveis incêndios e há uma área seca mito grande, muito extensa. Isso provavelmente vai trazer cenas que não gostaríamos de ver novamente”, explicou.
Rio Paraguai está com nível baixo
Bacia do Rio Paraguai e tendência das estações em Março
SGB
Todos os rios da bacia do Rio Paraguai estão com os níveis inferiores ao esperado para esta época do ano, segundo o boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB. Caso o cenário não mude, os rios do Pantanal seguem com tendência de ter seca severa em 2024.
De acordo com o boletim, a onda de calor que atingiu o país e as chuvas abaixo da média são as principais causas da baixa nos níveis. A região do Alto Rio Paraguai é uma das mais afetadas, com os níveis mais baixos registrados no histórico para o começo do ano.
O pesquisador do Serviço Geológico do Brasil, Marcus Suassuna, esclareceu que os níveis de chuva muito baixos e o prognóstico para os próximos meses não mostram indícios de recuperação.
“O rio não subiu como um histórico mostra que nesse período normalmente ele sobe. Então a gente faz essa comparação com o histórico para poder ter uma ideia de em que ponto que a gente se situa nesse. Então daí que vem é essa preocupação”, diz.
Ao todo, a bacia do Rio Paraguai registra um volume de chuvas acumulado de cerca de 15 milímetros. Segundo os dados do monitoramento, projeções do modelo GEFS indicam que, até o final de março, são esperados acumulados de chuva em torno de 50 milímetros.
“Se continuar nesse ritmo, a região chegará ao final do período chuvoso sem uma cheia significativa e sem se recuperar da última vazante”, conta.