Homem morre após ser baleado por PMs dentro de imóvel em Guarujá, SP; sobe para 51 o número de mortos na Operação Verão


Homem, que ainda não foi identificado, estava armado dentro de um imóvel utilizado como depósitos de drogas e armas. Homem morre após ser baleado por PMs dentro de imóvel em Guarujá
g1 Santos
Um homem, ainda não identificado, morreu após ser baleado por policiais militares no bairro Santa Rosa, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ele estava armado dentro de um imóvel utilizado como depósitos de drogas e armas. Com o caso, sobe para 51 o número de mortes durante a Operação Verão.
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Segundo o boletim de ocorrência, por volta das 15h30 desta sexta-feira (22), policiais do 5º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) receberam uma denúncia anônima de uma ‘casa bomba’ na rua Manoel Penelas, no bairro Santa Rosa. O local era utlizado para o armazenamento de drogas e armas, e havia a informação que um homem armado estaria na casa.
No local, os policiais militares perceberam que se tratava de uma habitação coletiva, com vários quartos. Em um deles, um homem saiu armado, fez menção de efetuar disparos contra os policiais, que atiraram e atingiram o suspeito. Os policiais acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que foi até o local e atestou a morte do homem.
Uma perícia foi realizada na casa e foram apreendidos uma submetralhadora, uma pistola, 20 cartuchos e um tijolo de maconha. As armas, o fuzil e as munições utilizadas pelos policiais também foram recolhidos, bem como a arma do suspeito.
Os policiais informaram que possuíam câmeras corporais, mas elas estavam inoperantes. O caso foi registrado como homicídio decorrente de oposição a intervenção policial na Delegacia Sede de Guarujá.
51 mortos
Com a morte deste homem, sobe para 51 o número de suspeitos mortos na 3ª fase da Operação Verão. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), a Operação continuará por tempo indeterminado mesmo após o fim da estação. Esta é a primeira vez que a ação ultrapassa a temporada para qual ela foi deflagrada.
Segundo a SSP-SP, desde o início da ação, 967 criminosos foram presos, entre eles 384 procurados pela Justiça; 941,6 quilos de drogas foram retirados das ruas e 103 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, apreendidos.
As mortes em confronto são resultado da reação violenta dos criminosos ao trabalho policial. Até o momento, 51 infratores morreram. Todos os casos são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário.
Operação Verão
Vídeo mostra o PM da Rota sendo baleado no rosto em viela no litoral de SP
A Operação Verão foi estabelecida na Baixada Santista desde dezembro de 2023. No entanto, com a morte do PM Samuel Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro, o Estado deflagrou a 2ª fase da ação com o reforço policial na região.
Em 7 de fevereiro, mais um PM foi morto, o cabo José Silveira dos Santos. Na ocasião, começou a 3ª fase da operação, que foi marcada pela instalação do gabinete de Segurança Pública em Santos e mais policiais nas cidades do litoral paulista. A equipe da SSP-SP manteve a sede na Baixada Santista por 13 dias.
A 3ª fase da Operação Verão permanece em andamento por tempo indeterminado. Já foram registradas 51 mortes de suspeitos.
Repercussão
A Defensoria Pública de São Paulo, em conjunto com a Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog, pediu o fim da operação policial na região e a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos policiais militares.
A Ouvidoria da Polícia de São Paulo e as entidades de segurança pública e proteção de direitos humanos também entregaram à Procuradoria-Geral de Justiça do Estado um relatório com irregularidades nas abordagens de policiais durante a Operação Verão na Baixada Santista.
Além das denúncias, o documento conta com uma série de recomendações aos órgãos públicos para que cessem as violações de direitos humanos praticadas pela polícia.
O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo, abriu uma notícia de fato para investigar as denúncias de funcionários da Saúde de Santos de que corpos de mortos na Operação Verão da PM na Baixada Santista são levados como vivos para hospitais.
“Cenário é de massacre”
O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que não reconhece excessos na ação da Polícia Militar na Baixada Santista durante as operações.
No entanto, a declaração foi rebatida pelo ouvidor da Polícia Cláudio Aparecido da Silva. Para a Ouvidoria, o “cenário é de massacre e crise humanitária”.
“Não tô nem aí”
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também fez uma declaração sobre a Operação Verão. Ele afirmou que ação está sendo feita com profissionalismo e inteligência e minimizou as denúncias de que corpos de mortos são levados como vivos para hospitais
“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse o governador.
Uma manifestação a favor da Operação Verão reuniu moradores, representantes de associações, policiais militares e deputados estaduais, que integram a chamada ‘Bancada da Bala’. O ato ocorreu no último dia 9, na Praça das Bandeiras, na orla da praia do Gonzaga, em Santos.
Em nota, a SSP-SP ressaltou que todos os casos são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário.
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