Rio reduz mais de 1,5 metro e sai da cota de transbordo em Jordão, no interior do AC


Manancial transbordou no sábado (23) após ficar 11 centímetros acima da cota de transbordo, de 7,50 metros. Cidade enfrentou cheia histórica e decretou calamidade pública no final de fevereiro deste ano. Avenida Francisco Dias foi tomada pelas águas no Jordão
Defesa Civil de Jordão
Após voltar a transbordar menos de um mês depois da cheia histórica do Rio Tarauacá, que cobriu mais de 80% da zona urbana de Jordão, um dos municípios isolados no interior do Acre, o nível das águas reduziu na manhã deste domingo (24). Na medição das 8h, segundo a Defesa Civil do município, o rio marcou 6,10 metros e saiu da cota de transbordo, que é de 7,50 metros.
👉 Contexto: Com o transbordo do Rio Tarauacá, o município de Jordão viveu a maior enchente de sua história entre os dias 23 e 27 de fevereiro de 2024. Cerca de 80% da cidade foi coberta pelas águas, incluindo o único hospital da região e mais de 5 mil moradores foram afetados. A Prefeitura chegou a decretar estado de calamidade pública por causa da situação, inédita até então. O manancial chegou a marcar 9,55 metros, dois acima da cota de transbordo de 7,50 metros. No mesmo período, outras 18 cidades acreanas também chegaram a decretar situação de emergência por causa da cheia de rios e igarapés.
Moradores de Jordão, no interior do Acre retiram as coisas de casa em meio à nova enchente
Apesar do início de vazante, 72 famílias ainda seguem nos abrigos montados em escolas do município, segundo a coordenadora Maria José Feitoza. Foram 650 pessoas afetadas pela subida e novo transbordamento do rio, de acordo com o órgão.
“Não choveu entre o sábado e domingo no município, e a previsão para a semana é que continue baixando. Algumas famílias já começaram a voltar para suas casas, mas permanecem as dos abrigos’, explicou a coordenadora.
Nova enchente
Moradores estão tendo que usar barcos para sair de casa na Alfredo Soeira Sales, em Jordão
Defesa Civil Jordão
O problema começou na madrugada deste sábado (23), segundo a Defesa Civil Municipal, e, inicialmente, deixou 16 famílias desabrigadas, aquelas enviadas a um abrigo público, e 21 famílias desalojadas, ou seja deslocadas para a casa de parentes ou amigos. São 154 pessoas afetadas até o começo da tarde de sábado.
“Estamos tirando as pessoas e orientando juntamente com as equipes municipais e polícias Civil e Militar”, explica a coordenadora municipal de Proteção e Defesa Civil, .
Ainda segundo ela, a cheia agora envolve os rios Tarauacá e Jordão, que banham o município, e começaram subir por volta de 3h da manhã deste sábado. Na medição das 9h, o manancial marcou 7,65 metros, 11 centímetros acima da cota de transbordo.
Enchentes históricas
E a Defesa Civil alerta que a previsão é de mais chuvas nas próximas horas na cabeceira do Rio Jordão. O que deve aumentar ainda mais o nível do manancial.
Moradora de Jordão (AC) expressa preocupação com cheia do Rio Tarauacá
O Acre enfrentou cheias históricas em 2024. Em todo o estado, pelo menos 23.087 pessoas ficaram fora de casa, entre desabrigados e desalojados, segundo o governo do estado.
Além disso, 19 das 22 cidades acreanas declararam situação de emergência por conta do transbordo de rios e igarapés. Quatro pessoas morreram em decorrência da cheia. Ao menos sete cidades enfrentaram problemas por causa da cheia do Rio Acre, incluindo Rio Branco, que teve a segunda maior enchente de sua história, e Brasiléia que alcançou uma nova maior marca histórica.
O Rio Juruá também causou transtornos em Cruzeiros do Sul, Porto Walter, em Marechal Thaumaturgo, onde ameaçou mais de 20 comunidades indígenas. Mais de 100 pessoas foram afetadas em todo o estado em um dos períodos de chuva mais intenso dos últimos anos.
Moradores enfrentam nova enchente em Jordão, no interior do Acre
Defesa Civil Jordão
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