Episódio ocorreu em 8 de março, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Requisição do MP ocorreu após pedido da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Universidade federal promove atividade de acolhida a calouros com nudez de alunos no RS
O Ministério Público (MP) enviou uma requisição para que a Polícia Civil apure uma atividade em que veteranos pelados receberam calouros da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). O episódio ocorreu no dia 8 de março e viralizou nas redes sociais. Veja o vídeo acima.
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Segundo a Promotoria de Justiça de Rio Grande, o MP agiu a pedido da Câmara dos Deputados. A Comissão de Educação da casa aprovou, em 18 de março, uma sugestão para que fosse aberto um inquérito para apurar eventuais crimes na atividade dos estudantes.
A FURG afirma que “já se posicionou oficialmente sobre a atividade e vem acompanhando os desdobramentos do caso, estando à disposição dos órgãos oficiais para realizar os esclarecimentos necessários”.
Na época do ocorrido, a reitoria da universidade declarou “apoio irrestrito à atividade organizada”. Leia mais abaixo.
Segundo o promotor Marcelho Thormann, o caso é analisado na esfera estadual por envolver os alunos e não algum servidor público federal vinculado à universidade.
“É do MP Estadual porque, em princípio, a autoria dos fatos envolve apenas alunos. Só seria do Ministério Público Federal se envolvesse algum servidor público federal no exercício de suas funções. Aguardaremos a conclusão das investigações para saber qual providência tomar”, explica.
O g1 entrou em contato com a Delegacia Regional da Polícia Civil, em Rio Grande, mas não obteve retorno até a atualização mais recente desta reportagem.
No dia 19 de março, a Câmara Municipal de Rio Grande aprovou um requerimento para que o reitor da instituição prestasse “informações sobre as providências tomadas em relação a ‘apresentação artística’ com nudes [sic]”.
Vídeo registrou performance com nudez em universidade do RS
Reprodução/Redes sociais
Relembre o caso
Nas imagens, é possível ver quatro pessoas nuas e com óculos escuros, sentadas em volta de uma mesa. A performance durou 1h30.
Os responsáveis pela atividade alegam que a manifestação artística promovida “nos convida a questionar e reavaliar nossas noções pré-concebidas sobre arte, valor e nudez, abrindo caminhos para um entendimento mais profundo e inclusivo do que a arte pode ser e representar”.
Na época do ocorrido, a reitoria da FURG manifestou “apoio irrestrito à atividade organizada”. A instituição acrescentou que “a performance em questão atende todos os preceitos técnicos e conceituais das artes visuais e foi autorizada e acompanhada pela Direção do Instituto de Letras e Artes e pela Coordenação do Curso de Artes Visuais”.
A universidade ainda disse que a atividade era livre para qualquer pessoa participar, mas que não aconteceu em espaços de uso comum, e sim “em um ambiente especialmente concebido para mostras e exposições”. Os participantes estavam cientes da performance, pontua a universidade.
“Este episódio demonstra o quanto a sociedade brasileira ainda carece de uma compreensão mais acurada sobre a diversidade de manifestações artísticas e o conceito de civilidade, ambos apoiados no respeito e não em julgamentos morais distorcidos”, disse a FURG.
A coordenação do curso de Artes Visuais sustentou que “não vê nenhum problema na ação” e que as cenas de nudez “não tiveram qualquer conotação erótica e/ou sexual, simplesmente corpos nus”.
Ainda conforme a coordenação, não havia presença de crianças no local, e que, se houvesse a classificação indicativa seria livre.
“Conforme matéria publicada em 31/05/2022 pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública acerca da legislação vigente para espetáculos e filmes no país, a classificação indicativa, nesta situação, seria LIVRE”, observa a coordenação do curso.
Nota da Promotoria de Justiça sobre atividade na FURG
Reprodução
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