Caso Marielle: Chiquinho Brazão, suspeito de mandar matar vereadora, chega em presídio federal de Campo Grande


Deputado federal chegou em Mato Grosso do Sul na manhã desta quarta-feira (27). Preso foi encaminhada ao presídio sob forte escolta. Forte esquema de segurança para receber Chiquinho Brazão
Ariovaldo Dantas
Sob forte esquema de segurança, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de envolvimento nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018, foi transferido de Brasília para o presídio federal de Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (27).
Brazão chegou por volta das 10h40h (horário local), no Aeroporto Internacional de Campo Grande. A operação foi realizada pela Polícia Penal Federal Penais Federais (PPF).
A reportagem apurou que Domingos Brazão, também apontado como mandante das execuções, será transferido para o presídio federal de Porto Velho (RO), considerado de segurança máxima. O delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de atrapalhar as investigações, permanece preso na Penitenciária Federal de Brasília.
Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ronnie Lessa no mesmo presídio
Ronnie Lessa
Reprodução/TV Globo
Conforme apuração do g1, o ex-policial militar Ronnie Lessa, preso desde 2019 pela acusação de matar Marielle, cumpre pena no presídio federal de Campo Grande e deve ser transferido nos próximos dias, visto que o pistoleiro foi quem delatou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.
Lessa é apontado como autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. Ele foi expulso da PM e condenado, em 2021, a 4 anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime — pena aumentada depois para 5 anos.
No dia 19 de março, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou que delação premiada de Ronnie Lessa no caso Marielle havia sido homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os mandantes, segundo Lessa, integram um grupo político poderoso no Rio de Janeiro com vários interesses em diversos setores do Estado. O ex-PM deu detalhes de encontros com eles e indícios sobre as motivações do crime.
Prisão dos irmãos Brazão
Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, acusados de mandar matar Marielle Franco
Reprodução
A Polícia Federal prendeu no domingo (24) três suspeitos de mandar matar Marielle Franco, em um atentado em março de 2018, no qual também morreu o motorista Anderson Gomes. Foram presos:
Domingos Brazão, que é atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado;
Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro e irmão de Domingos Brazão;
Rivaldo Barbosa, que é ex-chefe de Polícia Civil do Rio.
A prisão é parte da Operação Murder, Inc., deflagrada non domingo pela Polícia Federal em conjunto com a Procuradoria-Geral da República e Ministério Público do Rio de Janeiro.
Os irmãos Brazão são políticos com longa trajetória no estado do Rio de Janeiro. Historicamente, essa família tem um reduto eleitoral e político em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, região dominada por grupos paramilitares.
Rivaldo é investigado por obstruir a investigação — ele assumiu a chefia da Polícia Civil um dia antes do atentado. E era uma pessoa da confiança da família de Marielle.
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