
O crime aconteceu no início do ano, em Tremembé, no interior de São Paulo. Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas. Assentamento Olga Benário, do MST, em Tremembé, SP.
Rauston Naves/TV Vanguarda
A Polícia Federal apreendeu celulares nesta quinta-feira (13) durante uma operação que investiga o ataque a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no interior de São Paulo, no início deste ano.
O ataque aconteceu no dia 10 de janeiro, no assentamento Olga Benário, na Estrada Kanegae. Valdir Nascimento, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 27, foram assassinados a tiros. Seis pessoas também ficaram feridas na ação – entenda mais abaixo.
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A PF cumpriu três mandados de busca e apreensão em Taubaté (SP) e Juazeiro (BA). Ninguém foi preso, mas foram apreendidos celulares de pessoas ligadas a suspeitos do crime. Os aparelhos devem ser periciados na sequência das investigações.
Nesta semana, a justiça paulista decretou a prisão de quatro pessoas suspeitas de envolvimento no crime. A prisão preventiva dos suspeitos foi decretada após denúncia do Ministério Público de São Paulo.
Um dos suspeitos, Antônio Martins dos Santos Filho, mais conhecido como “Nero do Piseiro”, está preso e outros três suspeitos estão foragidos.
A denúncia feita pelo MP contou com participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). Os promotores responsáveis pelo caso afirmam que o crime foi praticado por motivo torpe, propiciando perigo comum e mediante recursos que dificultaram a defesa das vítimas.
“A investigação apontou que um dos autores havia ocupado um lote no assentamento de forma irregular, sendo na oportunidade avisado de que não poderia mais permanecer ali. A situação gerou discussão e ameaças às vítimas, inclusive promessas por parte de um dos autores de que retornaria mais tarde para resolver a questão. Em seguida, ele arregimentou familiares, amigos e conhecidos, tendo retornado ao assentamento no mesmo dia, tarde da noite, para praticar os crimes. No local, os autores efetuaram diversos disparos de armas de fogo, atingindo as vítimas e assumindo o risco de alvejar outras tantas que sequer tomaram parte na discussão”, afirma o Ministério Público.
Ainda de acordo com o MP, as investigações continuam para identificar a participação de mais pessoas.
MP denuncia envolvidos em ataque ao MST
O caso
Um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé, no interior de São Paulo, foi atacado no início deste ano.
O ataque aconteceu no dia 10 de janeiro, no assentamento Olga Benário, na Estrada Kanegae. Dois morreram e seis ficaram feridos.
Um dia depois do crime, o então delegado seccional de Taubaté, Marcos Parra, informou em entrevista coletiva que as evidências iniciais apontavam para uma possível disputa por um lote no assentamento como a motivação do crime.
Em entrevista à TV Vanguarda na semana do crime, o delegado diretor do Deinter-1, Dr. Múcio Mattos, disse que o ataque não teve nada relacionado contra o MST, mas, sim, a um lote específico no assentamento.
“O que foi possível compreender até agora é que o litígio foi nesse lote específico. Não é contra o Movimento [Sem Terra], é contra esse lote. A disputa não é da gleba, é do lote que está desocupado”, disse Múcio Mattos, diretor do Deinter-1 em São José dos Campos (SP).
O assentamento do MST que foi alvo do ataque fica na zona rural de Tremembé.
Reprodução/TV Vanguarda
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