
A empresária Jhenipher Sabriny de Oliveira, de 31 anos, se recupera dos ferimentos que sofreu após fugir de uma tentativa de feminicídio, supostamente cometida pelo seu então companheiro. Crime ocorreu em Contagem, na Grande BH. Mulher pula da janela do segundo andar para fugir de ameaças do companheiro
“Eu falei: poxa, eu sou a vítima, eu tô com medo de morrer de novo? Por isso que estou aqui, ele [suspeito] tem que responder pelo que ele fez. Eu fui quase uma vítima, hoje eu estou toda quebrada, eu tenho voz, mas eu poderia não estar aqui”.
A empresária Jhenipher Sabriny de Oliveira, de 31 anos, se recupera dos ferimentos que sofreu após fugir de uma tentativa de feminicídio, supostamente cometida pelo seu então companheiro, um homem de 32 anos.
A vítima precisou saltar de uma altura de sete metros de um prédio para fugir do companheiro, que ameaçava matá-la esfaqueada. Segundo ela, o agressor ainda faz ameaças contra ela por meio de redes sociais. A empresária pediu medida protetiva contra o suspeito.
O crime ocorreu em fevereiro deste ano. A empresária Jhenipher Sabriny de Oliveira passou por tratamento médico por semanas, após fraturar pernas e braços. Ele relatou que o marido, de 32 anos, apresentava ter feito uso de drogas e estava agressivo no dia que cometeu o crime.
Violência
Segundo a empresária, o homem exigiu dela um valor de R$ 10 mil da conta bancária da empresa que ambos trabalhavam. A vítima negou, já que o valor seria para as despesas da loja, e o suspeito reagiu de forma violenta.
De acordo com o relato da vítima à Polícia Militar, quando estavam em casa, o suspeito pegou uma faca e passou a ameaçá-la de morte. A vítima esperou um momento de distração do suspeito e pulou da janela do quarto.
“Eu pedi ajuda aos meus familiares paternos, e eles pediram medida protetiva para mim. Eu tenho medo, sabe? Eu preciso de ajuda, e se eu não pedir ajuda, eu vou ser mais um número. E eu não quero ser mais um número”, contou a empresária.
Jhenipher Sabriny de Oliveira tem medida protetiva contra o suspeito
Reprodução/TV Globo
Ameaças
Com a queda, a vítima teve ferimentos por todo o corpo e chegou a ser socorrido por vizinhos. “Ele desceu do prédio e eu gritei por socorro. Ele me pegou [no colo] e eu gritei, falei da faca, mandei ele levantar a blusa. Pensaram que, pela queda, eu estaria alucinando”, contou Jhenipher.
O suspeito a pegou nos braços, a colocou no carro e saiu do local. A vítima viu uma viatura da Polícia Militar e colocou um dos braços para fora, para pedir socorro.
Os policiais pararam o veículo, e o homem falou que levaria a mulher até a UPA Ressaca, em Contagem. No hospital, Jhenipher ficou internada por 12 dias, tendo seu agressor como acompanhante.
Desde o acidente, ela realiza tratamento contínuo e faz uso diário de medicação para controle da dor.
“Eu fiquei 12 dias com ele no hospital, ele não deixava ninguém ficar comigo. Por medo, eu omiti esse caso esse tempo todo, porque vejo na televisão que a vítima quando pede ajuda, nem sempre tem sucesso. O agressor ainda termina de matar”, relatou a vítima ao g1.
O caso foi denunciado no Ministério Público de Minas Gerais e na Polícia Civil. O suspeito está com um mandado de prisão em aberto pela tentativa de feminicídio, emitido no dia 10 deste mês, mas ainda não foi localizado.
Vítima ficou internada por 12 dias
Arquivo pessoal
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