
Corpo de Vera Lúcia Ribeiro Gomes, de 71 anos, tinha manchas na face. Laudo apontou morte por asfixia. Réu levou joias e cartões bancários da vítima. Polícia Civil de Itajubá conclui investigações sobre idosa encontrada morta
O homem acusado de matar a idosa Vera Lúcia Ribeiro, de 71 anos, foi condenado a 34 anos, seis meses e dois dias de prisão em regime fechado. A decisão partiu da 2ª Vara Criminal de Itajubá (MG) em 13 de março por latrocínio.
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Ele respondeu pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e fraude processual.
O crime aconteceu em 10 de maio de 2024. De acordo com o processo, Luiz Gustavo Antão, que tinha 23 anos na época do crime, frequentava a mesma igreja que a vítima, o Santuário Nossa Senhora da Agonia, onde era acólito (assistente das missas).
Ele se aproximou da vítima com a desculpa de ajudá-la a vender um carro no valor de R$ 170 mil e, em um momento de distração da idosa, pegou uma imagem religiosa e a golpeou na cabeça. Em seguida, ele a esganou e a colocou em uma banheira e a cobriu com água. Ele ainda jogou o celular dela dentro da banheira para simular um afogamento.
Segundo a polícia, ele roubou joias, relógios e cartões bancários e uma imagem de Nossa Senhora.
O corpo de Vera foi encontrado dois dias após o crime. Conforme a Polícia Civil, o laudo da morte apontou asfixia.
Segundo o registro policial, o fogão da cozinha do imóvel estava com o fogo aceso e havia uma panela com conteúdo queimado dentro, em uma susposta tentativa de causar um incêndio.
Ainda de acordo com o processo, o réu chegou a participar da missa de corpo presente da vítima. Pouco tempo depois começou a realizar gastos utilizando o cartão da idosa. Ele ainda chegou a voltar a casa da idosa para levar o veículo, mas foi impedido pelo porteiro e acabou preso.
Na sentença, o juiz Felipe Manzanares Tonon, classificou o comportamento do réu de “repugnante”.
“Dissimulando-se como amigo da vítima na presença daquele círculo social em que convivia até mesmo como acólito da igreja, sendo seu comportamento violador não só das leis penais, mas dos mandamentos religiosos que fazia transparecer às pessoas ser um seguidor, mas, contrariamente a isso, praticou crime cruel e covardemente contra a vítima”, diz o juiz.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o acusado já apresentou pedido de apelação contra a decisão.
Investigações
Inquérito policial conclui que idosa encontrada morta em banheira foi vítima de latrocínio em Itajubá, MG
Reprodução / Polícia Civil de Itajubá
O corpo de Vera Lúcia Ribeiro foi encontrado na banheira da sua casa, no dia 12 de maio de 2024, com uma ferida no braço e manchas na face.
De acordo com o registro policial, o porteiro do prédio informou que, na noite anterior, uma pessoa teria ido até o apartamento entre 22h50 e 23h30, e depois saiu carregando uma estátua de santo.
Em 29 de maio, Antão foi preso temporariamente. O caso foi investigado em sigilo e o inquérito, concluído em julho de 2024, o apontou como principal suspeito. Dessa forma a prisão foi convertida para preventiva e ele segue detido desde então.
Delegacia da Polícia Civil em Itajubá (MG)
Divulgação/Polícia Civil
As investigações apontaram que vítima e suspeito se conheceram por meio de uma instituição religiosa. Segundo a polícia, o homem teria aproveitado da condição de líder de acólitos para estabelecer laços com a idosa que trabalhava no mesmo local.
O plano foi arquitetado pelo homem dias antes do crime e, conforme a polícia, a intenção era subtrair o carro que ela pretendia vender. O investigado havia aproveitado o fato para ir até o apartamento da vítima, alegando conhecer um possível comprador.
Vera Lúcia foi vista pela última vez no dia 10 de maio após chegar no apartamento dela. Na mesma noite, o homem esteve no local, onde a golpeou e a asfixiou na banheira.
“Ele montou uma cena de crime. Ele limpou e fez a assepsia de todo ambiente. Simulou inclusive com o porteiro do imóvel, que foi presenteado com imagem religiosa por parte da vítima, de forma a não despertar nenhum tipo de suspeita”, informou o delegado Mario Roberto Rodrigues.
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