
Dois homens teriam agredido física e verbalmente o maratonista neste domingo. Jamal Soufane nasceu no Marrocos, mas mora no Ceará há 11 anos. Jamal Soufane, maratonista marroquino, relatou que foi atacado por dois homens na orla de Fortaleza.
Redes sociais/Reprodução
O atleta marroquino Jamal Soufane usou as redes sociais, neste domingo (23), para falar sobre agressões físicas e ataques xenofóbicos que ele teria sofrido enquanto corria na Avenida Beira-Mar, em Fortaleza.
“A frase que ouvi foi: ‘Você chegou ontem aqui, nem era pra você estar correndo aqui’”, disse o atleta, que nasceu no Marrocos, mas mora há 11 anos no Ceará. Em fevereiro, ele, inclusive, recebeu título de cidadão cearense na Assembleia Legislativa do Ceará.
Jamal, que é maratonista, possui um perfil com mais de 58 mil seguidores onde publica os resultados das corridas em que participa. Ele disse que estava correndo na orla quando foi atacado por um homem, que tentou agredi-lo, mas foi impedido por outras pessoas. Depois, o mesmo homem retornou com um amigo, que jogou a bicicleta para cima do maratonista.
“Sou cidadão brasileiro e cearense, e corro na beira-mar como qualquer outro cidadão. O fato de eu ter nascido em outro país ou de ter chegado ‘apenas’ há 11 anos não dá a ninguém o direito de me proibir de correr na beira-mar por ser ‘sua terra’”, disse Jamal.
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“Corro na beira-mar há anos. Antes disso, já fiz de tudo nesse Ceará e me relacionei com milhares de pessoas. Raramente — ou quase nunca — fui agredido fisicamente ou verbalmente. Sempre fui muito bem recebido. Não há justificativa para uma pessoa atacar e agredir outra, seja verbal ou fisicamente, sem explicar o motivo de tal conduta. Aliás, ninguém tem o direito de agredir ninguém”, reforçou o atleta.
Ele relatou que questionou o porquê de estar sendo agredido, e os homens alegaram que ele havia empurrado um deles durante a corrida. No entanto, o atleta negou que o empurrão tenha acontecido.
Ele acredita que as agressões foram motivadas por uma discussão que ele teve anteriormente, com uma mulher, durante uma corrida.
“Isso não é ‘mimimi’. Eu realmente me sinto muito mal com o que aconteceu hoje, especialmente por não ter podido fazer nada e ainda ter recebido uma enxurrada de palavras xenofóbicas e ofensivas”, lamentou o maratonista.
“É claro que tomarei as providências necessárias, porque o que aconteceu é inaceitável. Mesmo tentando dialogar e perguntando diversas vezes quem eu teria ‘empurrado’, a pessoa simplesmente partiu para a agressão verbal e começou a proferir ofensas, usando palavras de baixo calão”, complementou.
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