
Editor-chefe da revista ‘The Atlantic’ foi incluído acidentalmente em grupo de mensagens no qual o alto escalão do governo dos EUA discutiu planos de guerra. O aplicativo Signal também era usado ocasionalmente por autoridades durante o governo Biden para comunicar sobre o agendamento de reuniões sensíveis ou ligações telefônicas confidenciais quando estavam fora do escritório.
O uso do Signal tornou-se mais prevalente durante o último ano do governo Biden depois que autoridades federais alertaram que a China e o Irã estavam hackeando a Casa Branca, bem como autoridades no primeiro governo Trump, de acordo com a autoridade.
A autoridade não sabia que autoridades importantes do governo Biden — como a vice-presidente Kamala Harris, o secretário de Defesa Lloyd Austin e o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan — usavam o Signal para discutir planos sensíveis, como as autoridades do governo Trump fizeram.
Vazamento
O aplicativo às vezes também era usado por autoridades durante o governo Biden para comunicar sobre o agendamento de reuniões sensíveis ou ligações telefônicas confidenciais quando estavam fora do escritório, disse a autoridade.
O uso do Signal se tornou mais prevalente durante o último ano do governo Biden depois que autoridades federais alertaram que a China e o Irã estavam hackeando a Casa Branca, bem como autoridades no primeiro governo Trump, de acordo com a autoridade.
A autoridade não sabia que autoridades importantes do governo Biden — como a vice-presidente Kamala Harris, o secretário de Defesa Lloyd Austin e o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan — usavam o Signal para discutir planos sensíveis, como as autoridades do governo Trump fizeram.
Editor da revista ‘The Atlantic’ publica prints de mensagens que recebeu por engano do vice-presidente dos EUA, JD Vance, e do secretário de Defesa, Pete Hegseth
Reprodução
Mensagens trocadas por figuras do alto escalão do governo Trump e divulgadas pela revista “The Atlantic” mostram desprezo por aliados europeus e foco em se contrapor à gestão anterior, de Joe Biden, na Casa Branca.
O editor-chefe da revista americana foi incluído sem querer em um grupo de conversas do governo Trump que compartilhou mensagens ultrassecretas, que anteciparam planos de guerra contra os rebeldes Houthis no Iêmen.
Jeffrey Goldberg foi incluído em um grupo no aplicativo Signal que incluía o vice-presidente, JD Vance, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e o secretário de Estado, Marco Rubio. “Eu tinha várias dúvidas sobre se esse grupo era real”, afirmou, em reportagem publicada na segunda-feira (24).
Ele só acreditou na veracidade das mensagens com o início dos ataques lançados de porta-aviões americanos sobre alvos houthis. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, vinculado à Casa Branca, confirmou que “parece ser uma troca de mensagens verdadeira” e que está revisando seus protocolos para saber como o jornalista foi adicionado ao grupo.
O jornal “The New York Times” classificou o episódio como “uma falha extraordinária” de segurança.
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O aplicativo Signal não é um canal autorizado pelo governo americano para o compartilhamento de informações sigilosas. Existem sistemas do próprio Executivo exclusivos para esse propósito.
O relato de Goldberg mostra momentos em que Vance e Hegseth criticam diretamente as potências europeias aliadas dos EUA. Ao discutir ataques aos Houthis, que têm bloqueado algumas rotas marítimas no Oriente Médio, o vice-presidente lembra que apenas “3% do comércio americano passa pelo Canal de Suez”, enquanto “40% do comércio europeu passa por lá”.
“Eu apenas odeio salvar a Europa de novo”, critica Vance, ao deixar implícito que uma operação dos EUA contra os Houthis supostamente ajudaria mais os europeus do que os americanos.
“Eu compartilho totalmente do seu desprezo pelos aproveitadores europeus. É PATÉTICO”, concorda Hegseth, em resposta (veja o diálogo acima). “Mas o Mike está correto, nós somos os únicos do planeta (do nosso lado do muro) que podem fazer isso”, completa o secretário de Defesa. Não está claro, pela reportagem, quem é o Mike ao qual ele se refere.
Em outro momento, Hegseth discute com Vance um possível adiamento da operação militar no Iêmen. Em uma das mensagens, ele discute o impacto que a campanha militar vai causar na opinião pública.
“Acho que a mensagem vai ser difícil de qualquer maneira – ninguém sabe quem são os Houthis – e é por isso que precisamos nos concentrar em: 1) Biden falhou e 2) o Irã financiou”, argumenta o secretário.
A reportagem da “Atlantic” aponta que, logo após os ataques aos Houthis, o assessor de Trump Michael Waltz deu entrevistas contrapondo as ações no Iêmen de seu governo às da gestão Biden, que ele classificou de “alfinetadas” pouco efetivas.
Governo dos EUA adiciona sem querer repórter a grupo que discutia ataques militares
Solicitação por engano
Goldberg conta que a história começou em 11 de março, quando ele recebeu uma solicitação do aplicativo de mensagens Signal de um usuário identificado como Michael Waltz, assessor de Trump para assuntos de segurança.
“Eu não conseguia acreditar que a liderança da segurança nacional dos Estados Unidos iria comunicar no Signal sobre planos de guerra iminentes. Eu também não conseguia acreditar que o conselheiro de segurança nacional do presidente seria tão imprudente a ponto de incluir o editor-chefe do ‘The Atlantic’ em tais discussões com altos funcionários dos EUA, até e incluindo o vice-presidente”, escreveu Goldberg.
O presidente dos EUA, Donald Trump, realiza sua primeira reunião de gabinete enquanto se senta ao lado do Secretário de Estado, Marco Rubio, e do Secretário de Defesa, Pete Hegseth, em Washington, D.C.
REUTERS/Brian Snyder
A partir do dia 14 de março, conta Goldberg, JD Vance e Pete Hegseth passam a discutir assuntos sensíveis, em partivular sobre um bombardeio ao território do Iêmen — de onde os Houthis têm lançado ataques para bloquear rotas marítimas no Mar Vermelho, causando prejuízos ao porto israelense de Eilat.
Os Houthis são aliados do Irã e do grupo terrorista Hamas, e tem lançado bombardeios contra Israel desde o início da guerra entre os dois, em outubro de 2023.
Goldberg afirma que, no dia 15 de março, o secretário de Defesa postou no grupo diversas informações sobre alvos e detalhes operacionais sobre ataques aos Houthis. As mensagens não foram reproduzidas em seu artigo porque “as informações contidas neles, se tivessem sido lidas por um adversário dos Estados Unidos, poderiam ter colocado em risco militares e pessoal de inteligência americanos, particularmente no Oriente Médio”.
O jornalista só teve certeza de que as mensagens vinham, de fato, do primeiro escalão do governo Trump, no início da tarde do dia 15 de março, quando ele entrou na rede social X e checou o que estava sendo falado sobre o Iêmen, e viu que bombardeios estavam sendo reportados na capital, Sanaa — no mesmo horário em que as mensagens de Hegseth apontava como o início da operação.
Goldberg afirma que conseguiu a confirmação de que o grupo era real dias depois, após questionar o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
“A troca de mensagens que foi relatada parece ser autêntica, e estamos revisando como um número inadvertido foi adicionado ao grupo”, disse o porta-voz, Brian Hughes, em nota. “O tópico é uma demonstração da coordenação política profunda e ponderada entre autoridades sêniores. O sucesso contínuo da operação contra os Houthis demonstra que não houve ameaças aos nossos militares ou à nossa segurança nacional.”
Segundo a “Atlantic”, Michael Waltz e os integrantes do grupo podem ter violado diversas leis, incluindo a Lei de Espionagem de 1917, que pune quem coloca em risco as relações exteriores e informações sensíveis à segurança dos Estados Unidos.
Conheça o USS Harry S. Truman, que participou de ataques contra os Houthis