
A morte do adolescente aconteceu em julho de 2022. O policial foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão Jovem é morto em abordagem policial quando saía de casa para comprar pasta de dente
O policial militar Ricardo Lucas Góes Jucá foi condenado nesta sexta-feira (28) a 13 anos e 9 meses de prisão por ter atirado e matado o adolescente Paulo Vitor Oliveira, de 16 anos, que havia saído de casa para comprar pasta de dente. O crime aconteceu em julho de 2022, no bairro Mondubim, em Fortaleza.
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Ricardo Lucas foi condenado pelo tribunal de júri em um julgamento realizado no Fórum Clóvis Beviláqua. A sessão começou na quinta-feira (27), precisou ser interrompida e continuou nesta sexta. O julgamento teve, ao todo, cerca 16 horas de duração.
A denúncia do Ministério Público do Ceará acusava Ricardo Lucas pelo crime de homicídio, na modalidade de dolo eventual – quando não há intenção, mas se assume o risco de matar -, e qualificado por uma dinâmica que gerou perigo à população, uma vez que ele atirou em via pública, próximo a várias pessoas.
A morte do jovem Paulo Victor aconteceu no dia 24 de julho de 2022, e a dinâmica foi flagrada por câmeras de segurança. Primeiro, o jovem aparece, com uma camiseta branca, correndo na companhia de um homem não identificado, enquanto os dois são perseguidos por uma viatura da polícia.
Eles entram na rua Tancredo, Neves, na esquina da qual havia uma pizzaria e um grupo de pessoas conversando. O grupo se dispersa, assustado com a abordagem policial, e pouco depois Paulo Victor sai da rua cambaleando, tropeça e cai. (Veja no vídeo acima)
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), o policial Ricardo Lucas estava na rua, com outro militar, no momento em que Paulo Victor entrou correndo. Ricardo fez um disparo único, que atingiu o jovem no peito e o matou.
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Em depoimento inicial, o policial disse que atirou porque teria ouvido disparos de arma de fogo e teria ordenado que Paulo parasse de correr. A ordem teria sido desobedecida, e por isso ele atirou. O militar também disse que encontrou, depois, uma arma de fogo nas proximidades.
No entanto, depoimentos de outras testemunhas, inclusive de outros policiais, apontam que não houve disparos de arma de fogo, que nenhuma arma foi encontrada no local e o que o único tiro disparado na noite foi o que saiu da arma de Ricardo Lucas.
A Defensoria Pública do Ceará afirmou que Paulo Victor estava desarmado, e destacou que as provas indicam que a Polícia disparou sem que houvesse confronto visível. O Ministério Público destaca também que a atitude do policial, de atirar no meio de rua com um grupo de pessoas em uma esquina e uma pizzaria na outra, pôs em risco a população.
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Ricardo Lucas foi condenado pelo tribunal de júri em um julgamento edividido em dois dias, com cerca de 16 horas de duração.