Mulher que morreu após ser espancada em chácara e passar mais de 20 dias internada é enterrada em Palmas


Delvânia Campelo da Silva tinha 50 anos e foi socorrida após pedir socorro em um grupo de mensagens. O namorado dela foi indiciado pelo crime de feminicídio. Delvânia Campelo tinha 50 anos
Arquivo Pessoal
O corpo de Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos, foi sepultado nesta segunda-feira (14), em Palmas. Ela morreu depois de ser agredida em uma chácara de Caseara e ficar mais de 20 dias internada no Hospital Geral de Palmas. O namorado dela, Gilman Rodrigues da Silva, de 47 anos, está preso e foi indiciado pelo feminicídio.
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Segundo informações de familiares, um cortejo seguiu o corpo de Delvânia até o cemitério Jardim da Paz, onde foi sepultada no início da tarde. O velório teve início na noite de domingo (13) em uma igreja da quadra 1.203 Sul.
Após a morte, a família autorizou a captação de seus órgãos. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), foram doados rins e fígado da vítima, que serão destinados a três pessoas na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Delvânia estava internada em estado grave desde o dia 22 de março. No dia do crime, ela chegou a pedir socorro em grupo de mensagens, onde havia presença de diversas pessoas da cidade, mas o namorado enviou mensagens logo em seguida dizendo que ‘não estava acontecendo nada’. Ela foi encontrada por um caseiro que chamou a Polícia Militar.
O namorado dela, Gilman Rodrigues, foi indiciado pelo crime de feminicídio. A defesa dele informou que a família manifesta ‘profundo pesar pelo falecimento’ de Delvânia e afirma que aguarda a conclusão das investigações para que todos os fatos sejam ‘devidamente aclarados’ (veja a íntegra da nota ao final da reportagem).
Um vídeo ao qual a TV Anhanguera teve acesso, mostra o depoimento prestado na primeira vez que Gilman se apresentou à Polícia Civil, no dia 25 de março, três dias depois do crime. Durante o interrogatório, Gilman conta sua versão e afirma que ela teria começado a briga no dia das agressões.
“Ela veio para cima. Acredito que ela tenha bebido alguma coisa porque ela estava fora do normal. Quando ela pegou e começou a me atacar dessa forma, eu consegui pegar esse cabo desse vassourão e fui para cima para acalmar ela”, disse o suspeito à polícia (veja no vídeo abaixo).
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O delegado José Lucas Melo, responsável pela investigação, afirma que neste primeiro depoimento, ele teria tentado desqualificar a vítima alegando que agiu em legítima defesa. Mas diante da força empregada nas agressões contra Delvânia, essa versão não teria consistência.
“Se ele alega que estava sendo agredido, é um comportamento que é contraditório ao de mandar mensagem no Whatsapp afirmando que a situação está tranquila, acalmando as pessoas que recebem essas imagens e retardando que alguém compareça no local”, reafirmou o delegado.
Conforme a investigação da Polícia Civil, Delvânia sofreu diversos golpes, principalmente na cabeça. Gilman está preso desde o dia 3 de abril após cumprimento de mandado de prisão pelo crime.
Durante a investigação do caso, pessoas que eram ligadas ao casal informaram à Polícia Civil que o namoro de Delvânia e Gilman começou no segundo semestre de 2024. Foi relatado que eles tinham muitos conflitos causados por ciúmes e que a violência era recorrente.
No dia do crime, eles teriam discutido, momento em que as agressões começaram. Após as agressões Gilman fugiu da chácara e não voltou a Caseara. Familiares de Palmas teriam o abrigado após a fuga, segundo a polícia.
Íntegra da defesa de Gilman
A família e a defesa tecnica de gilman rodrigues da silva manifestam profundo pesar pelo falecimento da sra. Delvânia Campelo da Silva.
A defesa aguardará a conclusão das investigações policiais, onde espera que todos os fatos relacionados, inclusive de dias anteriores ao dia 22 de março e detalhadamente a sequência de eventos daquela data, sejam colacionados ao inquérito.
A defesa afirma ainda que os fatos todos serão devidamente aclarados e ainda, todos, independentemente da acusacao, tem direito de defesa e que essa garantia deve ser preservada.
Marcos Candal Advogado
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