Até 2030, 80% das pessoas no planeta vão interagir com robôs


Tecnologia aplicada ao envelhecimento turbinará a economia da longevidade, que já é avaliada em US$ 15 trilhões. Robô humanoide desenha e se irrita com crítica: ‘não entende arte’
A gerontóloga Keren Etkin encontrou um filão para atuar como empreendedora: criou o site The Gerontechnologist e a empresa The Age Tech Academy, ambos voltados para a interseção entre tecnologia e envelhecimento. No mês passado, assisti à sua palestra sobre as tendências para o setor em 2025 e as oportunidades para quem quer investir numa área que só tem crescido. Em primeiro lugar, alguns dados para contextualizar a situação:
Robô para uso doméstico: disseminação será resultado do avanço da tecnologia
Frank Rietsch para Pixabay
Segundo o World Economic Forum, há um potencial de incremento de US$ 5 trilhões no Produto Interno Bruto das nações mais desenvolvidas se a mão de obra madura que está buscando emprego for aproveitada.
Nos Estados Unidos, a faixa acima dos 65 anos é o segmento que mais cresce no mercado de trabalho. Em países como Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido, os idosos representarão mais de 25% da mão de obra até 2031.
Nas próximas décadas, o número de portadores de demência saltará dos atuais 55 milhões para 150 milhões. De acordo com o World Alzheimer Report, o custo global com as demências, hoje em torno de US$ 1.3 trilhão, passará para US$ 2.8 trilhões.
Em 2023, somente nos EUA, havia cerca de 38 milhões de pessoas que cuidavam de familiares. Elas representam 11.5% da população e, em termos de horas de trabalho, as tarefas que executam equivalem a US$ 500 bilhões. No entanto, são indivíduos sem qualquer remuneração e que até comprometem parte dos seus rendimentos para garantir o bem-estar do ente querido pelos quais são responsáveis.
Etkin diz que não vê um número significativo de startups servindo a esse segmento: “é uma grande chance que está sendo desperdiçada”. Afinal, a economia da longevidade já é avaliada em US$ 15 trilhões e descortina um oceano de possibilidades. Aqui segue uma lista das tendências e oportunidades:
Idosos com recursos e sem problemas de saúde representam o filé mignon dos consumidores. Em inglês, são conhecidas como WOOPWHIs (well off older people without health issues). Gente que não precisa fazer contas para chegar ao fim do mês, que quer viajar e se divertir com um tratamento diferenciado.
Estudos de duas grandes consultorias, a McKinsey Digital e a Gartner´s, apontam para uma proliferação maciça de robôs, que serão cada vez mais autônomos.
“Até 2030, 80% das pessoas do planeta estarão interagindo com robôs em atividades do dia a dia”, afirmou Etkin.
O uso de tecnologia vem se expandindo consistentemente entre os mais velhos, mas eles se preocupam com segurança, privacidade e um design descomplicado. Nessa área, têm espaço garantido inovações nos cuidados com portadores de demência e para dar suporte aos cuidadores; prevenção de golpes; e ferramentas financeiras.
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