Dalila Mosciati morreu em maio de 2023 e caso foi registrado como feminicídio. Réu deve permanecer em casa das 22h às 6h, além de comparecer a todos os atos processuais. Dalila Mosciati morreu em maio de 2023, em Campinas (SP)
Instagram/Reprodução
A Justiça concedeu liberdade provisória a Eduardo Vieira Cintra, preso após levar a mulher morta e com sinais de estrangulamento ao Hospital Samaritano, na Vila João Jorge, em Campinas (SP), em maio de 2023. O alvará de soltura foi expedido nesta quarta-feira (20).
🔔 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp
Na decisão, o juiz destaca que Cintra é réu primário, tem “bons antecedentes” e não possui registros anteriores de violência. “Ademais, o acusado sempre se dedicou a atividades lícitas, tudo a indicar que, em liberdade, não voltará a delinquir”, diz o magistrado.
Em liberdade provisória, Cintra deve permanecer em recolhimento domiciliar noturno, das 22h às 6h, e comparecer a todos os atos do processo.
O g1 entrou em contato com a defesa do réu, mas não recebeu um posicionamento até a publicação desta reportagem. Assim que os advogados se manifestarem, o texto será atualizado.
Relembre o caso
Segundo o Departamento de Polícia Judiciária (Deinter-2), a Polícia Militar foi acionada pelo hospital após a vítima, identificada como Dalila Mosciati, de 37 anos, chegar ao local sem vida e com sinais de que o óbito teria ocorrido duas horas antes.
Ainda de acordo com a polícia, Cintra permaneceu no hospital após levar a mulher, mas informou um endereço errado e saiu do local por aproximadamente 30 minutos, antes de retornar e mencionar que havia urinado nas calças.
Depois disso, o marido alegou que a mulher passou mal, como se tivesse engasgado, e que ele bagunçou a casa após entrar em desespero. Segundo a polícia, Cintra também contou que teria feito massagem cardíaca na vítima, mas decidiu levá-la ao hospital após não identificar reação.
Marido é preso em flagrante após levar esposa morta a hospital em Campinas
Gerente de loja de doces
Dalila Mosciati trabalhava como gerente de uma loja de chocolates finos desde junho de 2022. A mulher faria aniversário na semana seguinte à morte, segundo a Polícia Civil.
O perfil profissional de Dalila disponível em rede social menciona também que ela era sócia-gerente em uma empresa que atua com estampas de roupas, utilidades e decoração. Dalila era graduada em administração pela PUC-Campinas e no início da carreira fez estágios em instituições públicas.
À época do caso, Eduardo Vieira Cintra foi definido como “uma pessoa frustrada financeiramente, com problemas de instabilidade emocional e uso abusivo de drogas” por um parente da vítima.
O homem, que era próximo de Dalila, mas preferiu não ser identificado, disse que ela era o oposto de Eduardo, mas embora o marido apresentasse alguns problemas, não sabia de qualquer episódio de violência entre eles.
“Dalila era uma pessoa espetacular, uma pessoa delicada, uma pessoa estabelecida, com bom emprego, bom salário, satisfeita com o trabalho. Sempre elogiava, demonstrava felicidade, empolgação. Bem oposto do Eduardo, alguém frustrado financeiramente, com falta de emprego”, disse.
O caso foi registrado como feminicídio na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Fachada da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Campinas
Daniel Mafra/EPTV
VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região
Veja mais notícias da região no g1 Campinas